Após cinco anos, queda no Capivari segue na Justiça
Jorge Olavo
A ação do Ministério Público Federal (MPF) contra responsáveis pela queda da ponte sobre a represa do Rio Capivari-Cachoeira, em 25 de janeiro de 2005, continua em andamento na Justiça. Em outubro de 2009, a juíza federal Claudia Cristina Cristofani decidiu que a ação de improbidade administrativa fosse transferida da 5.ª Vara Federal de Curitiba para o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter entre os réus o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. No mês seguinte, com a intenção de manter o processo em primeira instância, o MPF entrou com um embargo contra a decisão. Contudo, em dezembro, a juíza rejeitou o recurso.
A ação do MPF também é direcionada contra a União, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Empresa Curitibana de Saneamento e Construção Civil, além do coordenador do Dnit no Paraná, Ronaldo Jares, o ex-coordenador Rosalvo Gizzi e o ex-diretor do Dnit Alexandre Silveira de Oliveira. Todos foram responsabilizados pelo MPF por omissão, negligência e imperícia pela queda da ponte. Situada no quilômetro 42,6 da BR-116, a ponte é a principal ligação da Região Sul com o restante do país. Um caminhoneiro morreu e outras três pessoas ficaram feridas no dia do acidente.
A erosão do aterro sob a cabeceira de uma ponte da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga Curitiba a São Paulo, levou à interdição da pista no sentido sul, na manhã de ontem. Parte do solo que sustentava o asfalto se soltou devido à chuva que atingia a região. O problema aconteceu na ponte sobre o Rio Pardinho, no município de Barra do Turvo (SP), a 100 quilômetros de Curitiba.
A água escoada por meio da canaleta entre as duas pistas causou o desprendimento de parte do solo que dava sustentação ao asfalto, o que levou à formação de uma cratera. A concessionária Autopista Régis Bittencourt informa que não houve qualquer dano à estrutura da ponte.
O trânsito foi desviado, trafegando por um quilômetro em uma das faixas da pista de sentido Curitiba-São Paulo. A operação causou até 10 quilômetros de lentidão ao longo do dia. O problema foi detectado às 8h50, quando um condutor que passava pelo local avisou a concessionária sobre o afundamento da pista. Equipes da Autopista encontraram uma cratera de 1 metro de diâmetro por 2 metros de profundidade na faixa direita.
O trânsito foi desviado pela faixa esquerda até as 10h15, quando foi concluído que havia risco de desabamento e a pista foi interditada integralmente. Máquinas removeram o restante do asfalto e obras de reparo começaram à tarde, sem previsão de término.
Sustentação
O engenheiro de pontes e vice-presidente da seção Paraná do Crea, Gilberto Piva, diz que, dependendo do volume de terra removida, a pilastra de sustentação assentada às margens do rio pode sofrer um aumento da pressão do solo sobre ela. "O aumento da pressão além do que a pilastra podia suportar foi o que causou a queda da ponte sobre o Capivari, mas lá o volume de terra deslocado foi imenso", compara.
Piva explica que a cratera não afeta a estrutura da extremidade da ponte, localizada junto ao aterro. "É extremamente não convencional apoiar a ponte sobre o aterro e, se fosse assim, o aterro teria uma contenção de concreto que tornaria mais difícil o deslizamento. Pelo contrário, é o aterro que exerce pressão sobre a extremidade", explica. Ainda segundo Piva, seria difícil para a concessionária identificar o problema com antecedência. "Quando se faz uma obra, sabe-se a capacidade que ela suporta. Nesse caso, a Autopista pegou a obra pronta e seria quase impossível prever que uma coisa dessas poderia acontecer apenas pelas vistorias periódicas que a empresa é obrigada a fazer", considera.
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