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Confira alguns dados do estudo do Ipea |
Confira alguns dados do estudo do Ipea| Foto:

Idosos menos pobres e mais independentes

Os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que a população brasileira está cada vez mais envelhecida. A diferença em relação a décadas passadas, contudo, é que os idosos brasileiros estão menos pobres e mais independentes e ativos, segundo o estudo.

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Educação faz cair gravidez precoce no país

Acompanhando a queda na taxa de fecundidade feminina, o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que houve uma redução da gravidez na adolescência, a partir de 1999. Segundo a coordenadora de pesquisa da área de População e Cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano, o fenômeno é explicado por se ter uma geração que recebeu mais educação sexual, tem mais acesso à informação e aos métodos contraceptivos.

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Já há data marcada para o fim do crescimento da população brasileira. Em 2030, o Brasil deve chegar ao número máximo de habitante: 204,3 milhões. A partir dessa data, a taxa de crescimento chega a zero e, em seguida, torna-se negativa. A tendência, então, é que a população comece a encolher. Em 2035, seremos 200,1 milhões de brasileiros. A projeção, divulgada ontem, faz parte da terceira etapa do estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feitos com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo estimativa do IBGE, hoje o Brasil tem 190 milhões de habitantes.

"Já sabíamos que isso iria acontecer em algum momento, mas não tínhamos o cálculo de quando. Agora sabemos de forma mais concreta: é em 2030. E 2030 não está longe", afirma a coordenadora de pesquisa da área de população e cidadania do Ipea, Ana Amélia Camarano. Segundo a professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Olga Firkowski, a tendência, em seguida, é que a população se estabilize. "Os países europeus foram os primeiros a passar por isso, depois a América. No futuro, será a vez da África. É uma tendência que veio para ficar", afirma.

Para a professora de Geografia da População da UFPR Gislene Santos, os dados apresentados pelo Ipea quebram o mito em voga a partir dos anos 70 de que os países do terceiro mundo sofreriam uma explosão demográfica. "A previsão que se tinha, na época, é que chegaríamos em 2000 com 205 milhões de habitantes. Isso não aconteceu. De acordo com estudo, em 2030 teremos menos que isso: 204,3 milhões de habitantes", diz. A derrubada do mito não causa surpresa, segundo Gislene. "A queda do crescimento da população vem sendo verificada pelas Pnads e censos desde a década de 70", explica.

O estudo do Ipea mostra também que a população, além de diminuir, deve se tornar mais envelhecida. A previsão apresentada pelo instituto está intensamente ligada à queda na taxa de fecundidade (número de filhos por mulher), à taxa de natalidade e ao aumento da expectativa de vida.

Segundo Gislene, porém, o fato de o Brasil atingir essas metas não significa a solução de problemas sociais. "Nos anos 70, a receita dada era a da diminuição da taxa de fecundidade. Nós atingimos a meta. E daí? O Brasil continua desigual", observa. "Temos, ainda, alta concentração da população em alguns pontos do país, principalmente nas capitais, municípios ligados à metrópole e alguns pólos regionais", exemplifica Gislene.

Para Ana Amélia, a questão, agora, é verificar as conseqüências desse fenômeno e como a sociedade vai se comportar. "Com uma população envelhecida e a pirâmide etária (veja no gráfico) de cabeça para baixo, precisamos que as condições de saúde continuem melhorando; que acabe a aposentadoria compulsória; que se adie a idade para se aposentar; que tenhamos mais cuidado com a saúde ocupacional; treinamento para essa população mais idosa trabalhar; e acabar com o preconceito em relação ao trabalho do idoso", diz Ana Amélia.

Nesse ponto, a diferença de cultura, estrutura e assistência entre o Brasil e os países europeus podem fazer toda a diferença. Embora o estudo do Ipea mostre uma redução da pobreza entre os idosos brasileiros, os encargos sobre eles também aumentaram, observa Olga. "Os idosos estão assumindo financeiramente as suas famílias e estão tendo que continuar trabalhando. Nosso idoso é muito diferente do idoso europeu. Lá, as pessoas estão mais amparadas", diz.

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