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Entorno da Casa Gomm será preservado, inclusive com acesso restrito na área de “mata fechada.” | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Entorno da Casa Gomm será preservado, inclusive com acesso restrito na área de “mata fechada.”| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Apenas o primeiro passo foi dado para a criação do Bosque Gomm. O que será efetivamente feito na área ainda está em discussão. O secretário municipal de Meio Ambiente, Renato Lima, comenta que reuniões ocorrerão nos próximos dias para começar a delinear um projeto. Apesar do debate em aberto, o que se sabe já é que haverá uma área de acesso restrito – a parte de "mata fechada" –, uma trilha educativa e um espaço adaptado para atividades públicas. "Vamos conversar muito sobre como adequar a forma como a área está sendo ocupada pelas pessoas à planta que foi desenhada pela prefeitura", conta um dos integrantes do movimento que lutou pela criação do bosque, Luca Rischbieter. Como tudo ainda depende de negociação, não há prazos previstos ou um cronograma definido.

Além da participação popular no processo de criação, o secretário destaca que a gestão da unidade de conservação ambiental também será compartilhada com a sociedade. "Há uma corresponsabilidade, para ajudar a proteger", diz. Está envolvido na negociação também o governo estadual, que é responsável pelo imóvel histórico – a Casa Gomm – que está no local.

Renato Lima enfatiza que a relevância da criação do bosque não está, necessariamente, associada à diversidade de espécies de fauna e flora do local. "É importante porque está numa área extremamente urbanizada". O espaço serve, inclusive, como área de pouso de aves. Sem áreas arborizadas, os pássaros acabam parando em telhados, o que não é ideal. Assim, o Bosque Gomm teria uma função ambiental semelhante ao do Passeio Público, em um espaço rodeado de concreto. "Em resumo, é importante para a qualidade de vida", salienta o secretário de meio ambiente. Outras áreas públicas – mas nenhuma em uma região tão impermeabilizada – estão sendo estudadas pela prefeitura para serem transformadas em unidades de conservação.

como compensação ambiental pelos impactos da construção, o Shopping Pátio Batel pagou R$ 815 mil à prefeitura. O dinheiro vai para o Fundo Municipal de Meio Ambiente e deve ser obrigatoriamente aplicado em ações ecológicas, ainda não definidas. O empreendimento informou, via assessoria de imprensa, que doou a área do bosque para a prefeitura.

Entenda o caso

O processo de criação do parque passou por várias fases, de organização de eventos no fim de semana a batalhas judiciais:

Em junho do ano passado, reportagem publicada na Gazeta do Povo sobre a fase final de obras do Shopping Pátio Batel mostrava que o pouco que restou do bosque original da Casa Gomm seria cortado ao meio, ligando dois pontos da Rua Hermes Fontes.

A divulgação motivou um grupo de pessoas a lutar para evitar a abertura da rua, que viria acompanhada da construção de calçadas, da colocação de postes, etc. Além das redes sociais, o movimento também se reunia "fisicamente", com eventos marcados para ocupar a área.

Uma nova proposta que previa a construção de um desvio viário menor também foi apresentada e rejeitada pelos chamados Amigos do Bosque Gomm.

Em julho do ano passado, uma liminar foi concedida pela Justiça proibindo qualquer intervenção viária no bosque.

- Na última terça-feira, a prefeitura anunciou que pretende criar um bosque público no local.

Uma análise mais detalhada mostra que a luta pela preservação de um espaço verde não data dos últimos meses. Há anos, quando a quantidade de quadras ocupadas por árvores era muito maior, um grupo de curitibanos começou a reivindicar a conservação da área.

Outra preocupação é garantir o entorno para não expor a riscos o patrimônio cultural. No terreno há uma construção de 1913, conhecida como Casa Gomm, que já foi inclusive removida do lugar original por causa da pressão para ocupar utilitariamente todos os espaços mais valorizados da cidade.

Interatividade

De que forma a iniciativa de criação do Bosque Gomm pode servir de exemplo para outras áreas urbanas de Curitiba? Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

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