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O bispo de Marília (SP), dom Luiz Antonio Cipolini, foi acuado dentro da Igreja Matriz de Adamantina, e teve de sair escoltado por policiais militares, na noite do último domingo. O bispo estava na cidade para comandar a missa de Crisma, quando cerca de 2 mil pessoas se reuniram em um protesto do lado de fora da igreja para lhe cobrar explicações sobre a substituição do padre negro Wilson Luís Ramos. Com medo, dom Luiz se trancou na igreja e só saiu por volta das 23horas, 1h50 depois do fim da missa.

Antes de sair escoltado, o bispo enfrentou momentos de constrangimento já dentro da igreja, que estava lotada. Dom Luiz teve de interromper a cerimônia religiosa, que já estava na sua fase final, ao ser vaiado pelos fiéis, revoltados com a saída de padre Wilson.

Sem que o bispo desse alguma explicação sobre a saída do padre em seu sermão, manifestantes, na maioria jovens com narizes de palhaço, levantaram cartazes e gritavam "fica, padre Wilson". Em seguida, gritando a palavra "indignação", os manifestantes passaram a jogar moedas no altar da igreja.

Os jovens continuaram gritando e foram apoiados pelo restante dos fiéis, que lotava a igreja (de 1,2 mil lugares) e batia palmas. "Só queremos que ele nos explique por que está retirando o padre de nossa cidade". Padre Wilson foi o primeiro negro a assumir a paróquia de Adamantina.

Suspeita-se de que a troca do padre tenha sido pedida ao bispo por um grupo de fiéis ricos e conservadores de Adamantina, colaboradores da igreja, que foram tirados da coordenação da paróquia que ocupavam havia 13 anos por padre Wilson. O grupo estaria também descontente com o acolhimento que o padre estaria dando aos jovens pobres e usuários de drogas, que passaram a frequentar a principal igreja da cidade desde que ele chegou, há dois anos.

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