Foz do Iguaçu Fazer rapel em meio ao cenário das Cataratas do Iguaçu não é barreira para quem tem deficiência física ou dificuldade de locomoção. Ontem, o desportista Dadá Moreira, 41 anos, portador de ataxia doença neurológica degenerativa comprometedora da coordenação motora desceu o cânion formado por paredões de rocha com o uso de equipamentos especiais.
Cadeirante, Dadá está percorrendo destinos turísticos brasileiros para testar e fazer pesquisas com objetivo de contribuir para a criação de novos equipamentos voltados aos portadores de deficiência, promovendo assim a inclusão deles no turismo. O trabalho é resultado de um convênio firmado há dois anos entre o Ministério do Turismo e a ONG Aventura Especial, presidida por ele.
Para descer de rapel nas Cataratas, o desportista utilizou uma cadeirinha especial, parecida a um colete. O equipamento, desenvolvido por uma empresa, protege o portador de deficiência física pela parte superior do corpo para compensar a falta de movimento das pernas. Antes de fazer o rapel, ele chegou até a rampa usando cadeira de rodas. Para Dadá, a experiência foi promissora. Ele diz que gostou da cadeirinha e aprovou a estrutura do Parque Nacional para o rapel. Na avaliação de Dadá, a prática é um exercício de superação. "Se eu não estivesse fazendo essas atividades estaria mais debilitado hoje", diz.
Ainda ontem, o desportista fez um passeio de rafting pelas Cataratas e hoje iria passar pelo Centro de Foz do Iguaçu para verificar as condições de ruas e ambientes para o trânsito de deficientes.
Conforme o censo de 2001, o universo de portadores de deficiência física engloba 14,5% da população brasileira, totalizando quase 25 milhões de pessoas. Por meio do convênio, cadeirantes e outros deficientes já visitaram vários destinos, entre eles, Bonito (MS) e Brotas (SP). Segundo Alex Munhoz, coordenador do projeto, até agora o Parque Nacional do Iguaçu foi o local que apresentou uma das melhores infra-estruturas para receber deficientes.
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