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Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo" | Divulgação/Downtown Filmes
Produtor de filmes B busca recursos para novo filme, em "O Crocodilo"| Foto: Divulgação/Downtown Filmes

Brasília – Falhas técnicas no sistema de frenagem estão entre as principais causas do acidente com o avião da TAM no dia 17 de julho, que provocou a morte de 199 pessoas em São Paulo. A transcrição da caixa-preta de voz do Airbus A320, divulgada ontem pela CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados, comprovou que o reversor direito (freio da turbina), os spoilers (freios aerodinâmicos das asas) e a brecagem automática das rodas não funcionaram durante o pouso. Os erros estão ligados ao posicionamento errado do manete direito de aceleração – ainda não se sabe se por problema mecânico ou culpa dos pilotos –, o que não permitiu a redução da velocidade.

O somatório desses problemas praticamente "inocentou" a pista do Aeroporto de Congonhas. Apesar de curta (1.940 metros), molhada e sem "grooving" (ranhuras no asfalto para escoamento da água), ela não foi um dos fatores preponderantes da tragédia. Isso porque o avião se manteve em uma velocidade muito elevada – cerca de 200 km/h. Ao tocar no chão, os pilotos perceberam o problema e tentaram desacelerar de todas as maneiras, pisando nos pedais que brecam o trem de pouso e segurando com as mãos o dispositivo que controla a roda da frente da aeronave.

Os diálogos na cabine mostram que os comandantes Henrique Stephanini Di Sacco, 53 anos, e Kleyber Lima, 54 anos, sabiam que o reversor direito estava com problemas e agiram preventivamente. O aparelho havia sido desligado quatro dias antes do acidente por problemas hidráulicos. As ações de ambos para comandar o avião sem o mecanismo estão entre possíveis motivos para a queda.

Após a divulgação das transcrições, os membros da comissão participaram de uma sessão fechada com o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos, Jorge Kersul Filho. "Os manetes não estavam na posição adequada ou correta, segundo a leitura do computador da aeronave", disse o relator da CPI, Marco Maia. Devido a esse posicionamento, a turbina direita (com o reversor estragado) continuou acelerando, enquanto a esquerda freou.

Esse erro também teria sido responsável por um "equívoco" do computador que gerencia as ações do avião. Ao pousar, os dois manetes deveriam estar na posição "idle", ou ponto morto. Como o direito estava em uma posição diferente (marcha acelerada ou desacelerada), a leitura do computador não teria orientado a desaceleração e a abertura automática dos spoilers durante o pouso.

A partir disso, abrem-se três hipóteses de falha no controle das manetes. A primeira é humana – os pilotos não posicionaram a manete direita como deveriam, em ponto morto. A segunda é mecânica – os comandantes usaram o mecanismo corretamente, mas os computadores falharam. A terceira é que eles posicionaram bem o manete, mas por algum motivo ele se desencaixou.

As dúvidas sobre qual das alternativas é a correta podem ser esclarecidas caso o aparelho seja encontrado nos escombros do avião. As buscas pelo material já começaram.

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