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Gazeta do Povo – Como o senhor avalia a renúncia do deputado Gustavo Fruet ao Conselho de Ética na votação do caso de Roberto Brant (PFL-MG)?Dr. Rosinha – Não dá para admitir essa renúncia. A postura do PFL e do PSDB, contrários à cassação do Brant por quebra de decoro parlamentar, é de hipocrisia pura. Dizem que querem ir até o final, se autodenominam defensores da moralidade, mas na hora da verdade não fazem nada, é uma prova de que esse discurso existe apenas para ganhar votos. É apenas coincidência essa atitude, momentos imediatamente antes da votação da cassação? Se o Fruet estava na ata de reunião, por que renuncia depois a dar seu voto? Então que renunciasse antes. Fruet demonstrou fragilidade, cedeu a pressão e, portanto, lavou as mãos.

Depois, o indicado pelo PSDB, o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), votou contra à cassação de Brant. Se dependesse de Fruet e do seu partido, Brant seria absolvido. A aprovação da cassação só se deu com o voto do presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), que garantiu o 8 a 7 contra Brant. Agora resta ver se o plenário vai ceder às pressões do PFL e do PSDB para salvar um deputado que já declarou várias vezes que tem certeza de que será absolvido no plenário, mesmo tendo recebido mais de R$ 100 mil das contas da empresa SMPB, do esquema de Marcos Valério, e se justifica falando que os recursos vinham de um caixa 2 da Usiminas, privatizada em 1991. Se o plenário da Câmara ceder à pressão, estará sendo conivente à hipocrisia. A pressão popular e da imprensa é decisiva para impedir essa absolvição anunciada.

Fruet alegou motivos éticos e lembrou também que já estava afastado do Conselho há algum tempo por causa dos trabalhos na CPI dos Correios.

Ele não está fazendo nada. Não descreveu e nem respondeu nada no relatório que fez sobre o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Apresentou um relatório parcial, que ignora uma fase do valerioduto. Não coloca no relatório dele nada em relação ao PSDB. Repito: isso é hipocrisia no discurso. Eu, por exemplo, não ignoro o que o Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) fez. Se Fruet tinha muito trabalho, que tivesse se afastado antes.

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