Dos 184 caminhoneiros entrevistados para o livro "Rios por onde passo", 53% trabalham em média até 50 horas semanais. A grande maioria ganha entre dois e três salários mínimos e tem menos de 10 anos de estrada. "Infelizmente a nossa classe é a menos valorizada. Existe a frase: sem caminhão, o Brasil pára, mas parece que ela não reflete a verdade", diz o caminhoneiro Henrique Simões de Freitas.
Para ele, o maior problema ainda está nos motoristas mais jovens e inexperientes e nas empresas que obrigam os caminhoneiros a trabalhar noite adentro. "Tem muita gente cometendo infrações nas rodovias. As empresas forçam o trabalho noturno e o motorista, para agüentar, toma rebite. O problema é que depois que passa o efeito da droga, já era. O cara dorme no volante", afirma Freitas.
Conscientização
Para o motorista Aldrin Dalazoni, ainda falta conscientização para os caminhoneiros brasileiros. "Tem muita gente que transporta carga perigosa depois de ter bebido. Aí, além de sair matando, acaba incendiando as matas", afirma.
Como o Paraná é o terceiro estado brasileiro que mais tem caminhoneiros, Francisco Vicente da Silva, 30 anos de estrada, faz o alerta: "andar dentro da velocidade permitida, guardar sempre o lixo produzido, não fumar na direção, regular e fazer manutenção preventiva do caminhão são algumas atitudes importantes que ajudam a evitar problemas para todos", diz ele.
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