O governo estadual começou nesta semana a coletar material genético de presos condenados por crimes hediondos. A coleta abastecerá o Banco de Dados de Perfis Genéticos do estado. As informações poderão ser usadas para identificar materiais genéticos encontrados em locais de crimes, como sangue, fios de cabelo, sêmen, entre outros.
"Nós já coletamos vestígios no local do crime. Isso já vem sendo coletado há uns quatro anos pela Polícia Científica", diz o coordenador da comissão de implantação do banco de dados, delegado Rafael Vianna. "O banco de dados consegue dizer de quem é o material coletado no local do crime", explica.
Vianna acredita que o uso do banco de dados pode ajudar a esclarecer crimes antigos e novos com mais agilidade. "Hoje, a gente pode fazer a comparação genética com material colhido na cena do crime, mas precisamos de um suspeito", diz. "Com o banco de dados, em questão de segundos, o software faz a ligação dos vestígios com o banco de DNA", explica. O delegado acredita que casos como o da menina Rachel Genofre, encontrada morta em uma mala na Rodoviária de Curitiba, em 2008, poderiam ser elucidados. "Com o banco de DNA teremos a comparação de 4 mil condenados com o material encontrado na menina", diz.
A coleta será feita por uma equipe composta por profissionais da Polícia Científica e da Polícia Civil do Paraná. Na última segunda-feira, o trabalho começou na região dos Campos Gerais, nas cidades de Palmeira, Teixeira Soares e Imbituva. De acordo com Vianna, uma equipe de dez profissionais treinados atua na coleta do material genético.
O método é indolor e não invasivo, por meio do chamado swab bucal, com coleta de células da mucosa bucal para obtenção do perfil genético. O material de cerca de 4 mil presos do Paraná deve ser colhido em aproximadamente seis meses. "Depois disso, será um procedimento de rotina", diz o delegado.
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