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O governo do Paraná divulgou nesta terça-feira que o estado passou a ter mais detentos em unidades do sistema penitenciário do que em delegacias. De acordo com o balanço, são cerca de 16,9 mil presos em presídios – administrados pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) – e 10,5 mil detentos em carceragens de delegacias – sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).

Segundo o governo, é a primeira vez que o estado tem mais presos custodiados em presídios do que em delegacias. Nos últimos 30 dias, 1,5 mil detentos foram transferidos de delegacias para o sistema penitenciário. Em nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão oficial de comunicação do governo do estado, a secretária da Seju, Maria Tereza Uille Gomes, afirma que nos próximos dias mais de 700 presos da região de Maringá e de Cruzeiro do Oeste também devem ser removidos para penitenciárias.

No início da atual gestão, o Paraná tinha mais de 16,2 mil presos condenados, confinados em delegacias, enquanto outros 14 mil detentos eram mantidos no sistema prisional, segundo a AEN. Em nota, o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Francisco José Batista da Costa, afirma que a redução da superlotação nas delegacias vai liberar policiais para a investigação, já que muitos agentes estavam em desvio de função, atuando como carcereiros.

Transferência do problema

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen-PR) questiona a eficácia das transferências anunciadas pelo governo. O presidente da entidade, José Roberto Neres, aponta que não houve uma ampliação da infraestrutura penitenciária do estado. Por conta disso, ele acredita que a medida seja ineficaz. "O que está acontecendo é apenas a transferência do problema das mãos da Sesp para a Seju", disse.

Neres menciona que não foram construídos novos presídios nem tomadas providências no sentido de garantir que os presos tenham acesso a atividades de ressocialização. "Não se tem notícia de contratação de médicos, psicólogos, defensores públicos e agentes penitenciários. Os presídios estão se transformando num depósito de gente", afirmou. "Os presídios estão operando além do limite", concluiu.

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