Curitiba Em dez anos, o Paraná passou do 18.º para o 7.º lugar no ranking dos estados onde mais jovens são assassinados. A taxa de óbitos era de 20,7 para cada 100 mil pessoas entre 15 e 24 anos em 1994 e chegou a 59,9 em 2004. Entre as capitais, Curitiba perdeu 14 posições, da 21.ª para a 7.ª, na mesma categoria. O registro anterior na cidade era de 31,9 mortes e agora é de 91,9 para cada 100 mil jovens.
O estado também piorou em relação a homicídios da população total. Em 1994, a taxa de assassinatos era de 14,4 para cada grupo de 100 mil habitantes e passou para 28,1 em 2004. Em Curitiba, foi de 19,2 para 40,8. As informações foram divulgadas ontem, na quinta edição do Mapa da Violência Os Jovens do Brasil, elaborado este ano pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), de responsabilidade do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz. O estudo foi realizado a partir de dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que centraliza as certidões de óbito emitidas no país.
O Paraná não foi o único a amargar uma piora significativa no levantamento. Em homicídio de jovens, outros estados também ficaram muito mais violentos: Minas Gerais saiu do 24.º para o 12.º lugar; e Mato Grosso, do 23.º para o 13.º.
Brasil
No país, o número de assassinatos de jovens aumentou 64,2% entre 1994 e 2004, volume muito acima do crescimento desta faixa etária no período, que foi de 48,4%. O índice brasileiro chega a ser 100 vezes maior que nações como Áustria, Japão, Egito ou Luxemburgo.
Quanto a homicídios na população total, o Brasil está na quarta posição, entre 84 países, só melhor que a Colômbia e com desempenho semelhante a Rússia e Venezuela. Na década analisada, os homicídios aumentaram 48,4% no país. Somente em 2004, ano da Campanha do Desarmamento, foi registrado recuo.
Para Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos da Violência da Universidade Federal do Paraná, os números mostram a necessidade de mudanças efetivas no sistema da Justiça Criminal. "É preciso conseguir diminuir as taxas de exclusão social, tornar o Judiciário mais ágil e modernizar a polícia", considera.
Bodê é otimista sobre o desempenho do Paraná, mas aponta falhas. "Temos no estado um dos sistemas prisionais mais modernos do país. Mas, como no resto do país é preciso mudar a estrutura da polícia, favorecendo, por exemplo, a integração das três polícias. A desmilitarização vai diminuir a violência", completa.
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