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Surdo desde bebê, Jonathan Veloso foi o primeiro a receber o aparelho pelo SUS | Marcelo Elias / Gazeta do Povo
Surdo desde bebê, Jonathan Veloso foi o primeiro a receber o aparelho pelo SUS| Foto: Marcelo Elias / Gazeta do Povo

Nesta semana, dois hospitais de Curitiba – o Hospital de Clínicas (HC) e Hospital Pequeno Príncipe – realizaram as primeiras cirurgias de implante coclear (ouvido biônico) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. Ambos foram credenciados junto ao Ministério da Saúde, em agosto do ano passado, para fazer o procedimento gratuitamente. No entanto, por questões burocráticas, as primeiras cirurgias atrasaram e foram realizadas somente ontem e na última segunda-feira. O novo serviço, porém, já inicia com fila de espera. No HC, cerca de 20 pessoas estão aptas para fazer a cirurgia; no Pequeno Príncipe, dez.

A liberação de verba do Ministério da Saúde para realização do implante coclear em 2011 no Paraná – indicado para quem tem surdez severa ou profunda, um dispositivo eletrônico é inserido dentro do aparelho auditivo, estimulando o nervo principal –, foi de aproximadamente R$ 1 milhão, segundo o coordenador do grupo de implante coclear do Pequeno Príncipe, Rodrigo Guimarães Pereira. O valor vai permitir a realização de dois procedimentos por mês no Paraná, um em cada instituição, somente para pacientes do estado. "Com certeza, a verba não será suficiente. Se chegarmos no final do ano com 80 pessoas na lista, teremos um bom argumento para conseguir mais dinheiro", explica o otorrinolaringologista do HC Rogério Hamerschmidt, responsável pela primeira operação do SUS no hospital.

Para poder realizar o implante gratuitamente é necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde, para consulta e exames específicos. Se for considerado apto, o paciente ainda faz um preparo com a fonoaudióloga. Depois da liberação pelos médicos, a cirurgia para colocação do dispositivo dura aproximadamente duas horas. Após a cicatrização dos pontos, um outro aparelho é colocado na parte exterior do ouvido, preso por uma espécie de imã, e é ligado. O ajuste para entrada dos estímulos auditivos é feito aos poucos. "No início, o objetivo é que o paciente diferencie o barulho do silêncio. Depois, conforme as respostas, aumentamos a potência", explica a fonoaudióloga da equipe do HC, Gislaine Wiemes. O acompanhamento terapêutico é permanente e o aparelho externo é retirado na hora de dormir ou ao entrar em contato com água.

O paciente Jonathan Carvalho Veloso, 18 anos, foi o primeiro a ser operado no HC pelo SUS. Tanto ele quanto a paciente do Hospital Pequeno Príncipe, Vitória Gabrielly Schmidt de França da Silva, de 3 anos, terão o aparelho ligado no dia 21 de fevereiro. "Será o dia mais lindo da minha vida. Estou muito curiosa para ver a reação dele", diz a mãe Andréa Carvalho Veloso. Ela teve rubéola congênita e não apresentou sintomas na gravidez. O diagnóstico do filho só foi confirmado quando ele tinha 1 ano de idade.

Nelcimara Schmidt Maia da Silva, mãe de Vitória, veio de Iretama, Centro-Oeste do estado, para acompanhar o tratamento da filha. Ela descobriu a surdez da menina aos 2 anos de idade, depois que Vitória começou a frequentar a creche. "Ela é uma criança normal e muito esperta. O que eu mais espero é que a primeira palavra que ela aprenda a falar seja mamãe".

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