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Evento teve cerca de cinco minutos de queima de fogos | Marcelo Andrade/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Evento teve cerca de cinco minutos de queima de fogos| Foto: Marcelo Andrade/Agência de Notícias Gazeta do Povo

A polêmica por causa da falta de organização formal do Réveillon Fora de Época em Curitiba não afetou negativamente a adesão ao evento, que teve sua segunda edição neste sábado (3). A Praça da Espanha ficou completamente lotada com 20 mil pessoas. A maioria dos participantes recebeu convites (ou simplesmente ficou sabendo sobre o evento) via redes sociais. A proposta era celebrar à meia-noite – cada um à sua maneira – o "verdadeiro" início de ano no Brasil, no primeiro fim de semana depois do Carnaval.

O que ocorreu na praça foi uma simulação da virada de ano tradicional. Houve queima de fogos durante cerca de cinco minutos, levados pelos próprios participantes. Pessoas se abraçavam, bebiam espumantes e desejavam feliz ano novo.

Não foi planejada qualquer programação cultural para o encontro. Alguns participantes montaram uma espécie de piquenique no local no início do evento, outros ouviam som em carros. A maioria estava em grupos de amigos, conversando e bebendo.

Somente pelo Facebook, 56 mil pessoas foram convidadas a participar da festa. No fim da tarde deste sábado, já passavam de 17 mil os que haviam confirmado presença. Por volta de 00h30, a Polícia Militar calculava um público de 20 mil pessoas na praça.

A instalação de banheiros químicos, organização do trânsito e a presença de policiamento no local tranquilizaram os comerciantes da região, que em 2011 reclamaram da falta de estrutura do evento. A multidão presente, no entanto, já provocava bastante sujeira na praça – com garrafas de vidro e latinhas jogadas no chão, logo após a meia-noite.

Polêmica

O evento não teve uma organização formal e as pessoas foram convidadas a participar da festa por meio das redes sociais. A ideia desse réveillon, segundo um porta-voz que só deu entrevistas por e-mail, sem ser identificado, era mobilizar a população para um evento divertido e inusitado. Por isso mesmo, o grupo não se comprometeu a levar música, bebidas ou fogos de artifício, deixando a responsabilidade por conta dos participantes.

A festa foi criada porque os organizadores acreditam que o ano só começa efetivamente depois do carnaval.

Na versão de 2011, o réveillon fora de época deixou a Praça da Espanha com muito lixo no chão, carros com som alto e desrespeito ao meio ambiente. Os comerciantes sofreram também com a procura por banheiros nos seus estabelecimentos, sem que as pessoas consumissem algo no local.

Neste ano, os comerciantes da região demonstraram receio de que se repetisse o que o ocorreu no ano passado. Eles disseram não ser contrários à festa, mas fizeram apelos públicos aos organizadores, para que eles não pecassem na política de boa vizinhança, e reclamaram da falta de planejamento. A prefeitura não foi notificada oficialmente do evento, mas concordou em garantir a estrutura, apesar de afirmar que não apoia a festa. O órgão ainda ressaltou que a praça não comporta um evento desse porte.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) também participou da discussão. O órgão enviou ofício à Secretaria municipal de Meio Ambiente solicitando que o Executivo agisse para "impedir que este evento se realize sem o mínimo de condições e estrutura".

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