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Um vazamento em uma estação de tratamento de esgoto de Fernando de Noronha (PE) na última quinta-feira (19) atingiu um córrego e causou a interdição da Praia do Cachorro, uma das mais importantes e visitadas da ilha. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), responsável pela estação, afirmou que houve um problema elétrico e que as duas bombas reservas do local, que deveriam evitar o vazamento, não funcionaram quando usadas na sexta-feira (20) e no sábado (21).

Fernando Lôbo, diretor regional metropolitano da companhia, classificou o incidente como uma “fatalidade”. “O que houve foi um extravasamento. Ficamos só com uma bomba, responsável por 60% da vazão. Os 40% restantes estão extravasando. São cinco litros por segundo. Isso vai para um córrego a 150 metros do mar e, depois, para a Praia do Cachorro”, diz.

Segundo ele, o vazamento “não é significativo”. “Eu sei da importância ecológica, patrimonial e econômica da ilha. Mas, a partir do momento em que se resolva isso e se faça uma limpeza do córrego, em dois dias ninguém vai perceber que houve esse vazamento. Ele é potencializado pelo o que Fernando de Noronha representa.”

Lisângela Cassiano, chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha, diz que é a terceira vez, desde 2010, que o mesmo problema ocorre. Ela afirma que a Compesa foi multada em R$ 600 mil e que outra multa diária de R$ 60 mil será aplicada a partir desta quarta-feira (25) caso o problema não seja resolvido. Em 2013, a multa foi de R$ 300 mil. A companhia de saneamento recorreu.

Segundo Fernando Lôbo, uma equipe de cinco técnicos será enviada nesta quarta à estação de tratamento com uma bomba recuperada. Até as 20h o problema deve estar resolvido, de acordo com o diretor.

Ele afirma que o funcionamento das bombas em Noronha é afetado pela forte maresia e pela recorrente variação de tensão elétrica na ilha. “Também tivemos chuva intensa. Uma boa parte da água vai para o esgoto e isso força a operação do sistema. Foi um série de coisas.”

Turismo

Apesar de ter muitas pedras e pouca areia, o que dificulta o banho de mar, a Praia do Cachorro é muito visitada por turistas pela proximidade com a Vila dos Remédios e com as pousadas da ilha. Noronha tem 2.884 habitantes e, no ano passado, recebeu, em média, 5.421 turistas por mês.

Para Lisângela, o vazamento afeta o turismo. “Nenhum visitante quer saber de esgoto no mar. Ele já está pagando caríssimo para vir para Noronha”, afirma. Para permanecer na ilha, é preciso pagar uma taxa de preservação ambiental diária, que não é fixa. Um dia custa R$ 51,40; dois, R$ 102,80. Dez dias saem por R$ 418,91, e 30 dias, por R$ 4.240,50.

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