A falta de segurança não é percebida pelos veranistas porque o policiamento é reforçado nas praias durante a temporada. No último verão, o governo deslocou 3 mil policiais para a Operação Viva o Verão, que atuou no litoral e Lago de Itaipu. Segundo o governo do estado, do fim de dezembro ao início de março, a polícia fez 681 prisões 190 delas por tráfico de drogas nas praias. Foram apreendidos no período 70 quilos de drogas ilícitas. Destes, 56 quilos foram de maconha.
A força-tarefa durante a temporada protege os veranistas, mas gera descontentamento por parte dos moradores. Para o vigia Ronaldo de Jesus, de 29 anos, da praia de Atami Sul, nos quatro meses em que a polícia atua nos balneários a situação é bem mais tranquila. Porém, no restante do ano, a segurança tem que partir da comunidade mesmo. "É nessa época que se vê muito arrombamento das casas fechadas e assaltos ao comércio. O resultado serve para comprar droga", diz. Os moradores do condomínio fechado onde ele trabalha pagam mais de R$ 100 por mês para manter uma equipe de vigilantes, além de câmeras de segurança e cancela. Para a dona de casa Adriana (nome fictício), de 32 anos, moradora do Balneário de Caravelas há cinco anos, a situação se repete em toda a orla. Ela avisa se for visto alguém levando um saco preto nas costas, pode saber que é resultado de furto. Panelas, roupas e pequenos objetos vão parar nas lojas de coisas usadas.
O superintendente do Sindilitoral, Fábio Aguayo, defende maior policiamento para a região o ano todo. "Tinha que ter operação inverno, também", propõe. Ele pondera que é preciso se pensar na criação de um conselho municipal do trabalho, na ampliação dos conselhos tutelares e no serviço de inteligência.
Para o secretário de Infraestrutura de Guaratuba, Carlos Carvalho, tem-se percebido nos últimos anos um aumento de famílias que optam por morar no litoral. São percebidos de 10% a 20% de crescimento mensal, durante o ano todo, no número de matrículas escolares, na coleta de lixo, no fluxo de veículos e no atendimento nos postos de saúde, por exemplo. Já a secretária de Turismo, Esporte e Lazer de Pontal do Paraná, Francisca Kaminski, afirma que a violência não afugenta o turismo.



