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No próximo dia 14 de março, encerra-se o prazo para que empresas e institutos interessados em em testar e implantar o serviço de carro compartilhado – car sharing – em Curitiba se manifestem. Erroneamente, a Gazeta do Povo tinha informado na quinta-feira (3), que o edital estava sendo lançado, mas ele já foi publicado e está em fase final de recebimento de propostas. Como bandeira da atual gestão, espera-se que as propostas estejam vinculadas também ao teste de veículos com fontes de energia renováveis e sustentáveis, além de outras inovações, como sistemas de mobilidade autônomos.

Desde maio de 2014, Curitiba vem testando veículos elétricos como parte de sua frota pública, por meio do projeto Ecoelétrico, mas a ideia é ir além. “Temos que colocar esses projetos em escala maior”, disse a vice-prefeita Miriam Gonçalves à Gazeta do Povo. Na quarta (2), ela e o prefeito Gustavo Fruet estiveram em contato com pelos menos dois atores interessados em apostar em Curitiba nesse sentido.

Carros autônomos

Eles receberam uma comitiva do Instituto de Energia de Transição Vedecom e do Instituto Cidade em Movimento (IVM), ligado ao primeiro, interessada em conhecer mais de perto o sistema de mobilidade curitibano. Criado em 2000 na França, e no Brasil desde 2006, o IVM foi criado por iniciativa da PSA Peugeot Citroën e se dedica a buscar inovações em mobilidade urbana e outros temas contemporâneos.

De acordo com Luiza Andrada e Silva, diretora executiva do IVM no Brasil, Curitiba deverá ser palco do primeiro convênio entre os dois institutos e um poder executivo no país. “Curitiba sempre esteve na vanguarda na situação da mobilidade no Brasil e já tem um projeto bem redondo, que é o Ecoelétrico”, afirmou.

Na França, o Vedecom dispõe de um espaço onde desenvolve o projeto dos carros autônomos – inclusive com uma pista para teste. A ideia é que o projeto não seja apenas para transporte individual, mas que ele venha acompanhado de uma mudança comportamental da sociedade. Para isso, o instituto também estuda, além do próprio desenho do veículo, questões jurídicas, do território e do abastecimento.

“No Brasil, existe um grande desafio jurídico. Além do fato de o país ter muitas agências que se cruzam em algumas funções e divergem em outras. Essa burocracia será um obstáculo. Mas o principal desafio, certamente, será a quebra do paradigma da posse individual. Fazer as pessoas aceitarem que elas serão usuárias de um serviço de transporte e não proprietárias de carros”, resumiu a diretora do IVM no país.

Já existe um convênio da Universidade Federal de Lavras (MG) com os dois institutos para o desenvolvimento das pesquisas aqui no Brasil. Miriam espera que um convênio seja firmado também com uma universidade com sede em Curitiba. “Fizemos todas as essas ponderações a eles e esperamos uma resposta em breve”, disse a vice-prefeita. Espera-se que o Vedecom e o IVM sejam alguns dos interessados no edital de car sharing.

Pelo mundo

O IVM não é a única entidade com pesquisas sobre a mobilidade autônoma em andamento. O Google, por exemplo, tem trabalhado com o Instituto IBM, a Continental e também a Nissan e a Tesla Motors em diferentes projetos que buscam o desenvolvimento de sistemas autônomos de direção de veículos. Outras montadoras, como GM, Ford, Volkswagen e Toyota também têm seus próprios projetos de carros autônomos.

No mundo, os testes mais sólidos com os primeiros protótipos começaram nos primeiros anos 2000. Em 2012, por exemplo, foi o início da operação oficial do carro autônomo do Google, em Nevada (EUA).

Prefeitura também negocia testes com energia solar em edificações

Na quinta-feira (3), a vice-prefeita Miriam Gonçalves esteve em Florianópolis para conhecer um prédio público que usa a energia solar para alimentar a própria edificação, sede da Eletrosul, e mais de 500 residências, dentro do projeto Projeto Megawatt Solar – uma parceria da estatal com o governo alemão em funcionamento desde 2014. “Eles têm uma tecnologia parecida em operação também no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso. Sugerimos que eles estudem testar isso em um equipamento público de Curitiba”. O Instituto Ideal, especializado em energias alternativas, também foi contatado.

Assim como no caso do Vedecom e a IVM, Miriam espera que uma resposta venha em meados de abril deste ano ainda. “Há um mito sobre a incidência solar de Curitiba, que, na verdade, é um pouco maior do que a de Florianópolis, então o projeto pode ser tocado aqui também (...) Curitiba tem uma tradição em inovação e isso tem de vir, hoje, vinculado à energia renovável, sustentável”, afirmou Miriam.

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