O ensino fundamental nas 167 escolas municipais de Curitiba vai sofrer profundas alterações no ano que vem. Entre elas está a transformação da pré-escola no 1.º ano dessa etapa educacional o que faz com a matrícula de crianças de 6 anos se torne obrigatória, e não facultativa como ocorria até agora. O tempo de escola no ensino fundamental, portanto, será de nove anos obrigatórios. Esta modificação foi instituída por uma Lei Federal. Além disso, a reforma no ensino prevê mudanças na abordagem e na metodologia do ensino de diversas disciplinas.
Dentro da sala de aula, os professores voltarão a utilizar o chamado método sintético de alfabetização aquele das cartilhas, que ensina a ler e escrever a partir das letras e sílabas, para então se passar às palavras, frases e textos. Na década de 90, ele foi subsituído pelo sistema global que ensina a ler e escrever a partir de textos. "Com isso, tivemos um ligeiro esquecimento das unidades menores da língua", explica a diretora do Departamento do Ensino Fundamental, Nara Salamunes. O problema teria ocasionado posteriores dificuldades de comunicação em alunos que já estavam na 4.ª série. No novo sistema, a alfabetização vai se utilizar das duas fontes.
Para a pedagoga Ermelina Bontorin Tomacheski, busca-se com as mudanças um equilíbrio na maneira de alfabetizar as crianças. "O que pode ter ocorrido é a metodologia não ter ficado muito clara para todos os professores. Faltou dizer com todas as letras que não é suficiente partir só do texto", avalia.
Além da alfabetização, disciplinas como Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História, Artes e Educação Física vão sofrer modificações informações sobre o Paraná e Curitiba, o incentivo ao raciocínio lógico, aos esportes e às manifestações artísticas estão entre as inovações (veja infográfico).
Nomenclatura
No ano que vem, muda também a nomenclatura das fases do ensino fundamental. A definição de "série" será extinta. Aos 6 anos de idade, por exemplo, a criança estará matriculada no 1.º ano do 1.º ciclo, e não na pré-escola. Os anos vão de um a nove, em quatro ciclos (veja infográfico).
Há também uma preocupação especial com a criança de 6 anos que passa a fazer parte do ensino fundamental. "O projeto de ensino desta criança vai ser de transição, com flexibilidade no currículo, sem perder a sua consistência. Antes de tudo estamos vendo esta criança como uma criança de 6 anos", revela a diretora Nara Salamunes.
No fim de agosto, será publicado o documento que reúne as "Diretrizes Curriculares" da educação em Curitiba. A secretária Eleonora Fruet afirma que o objetivo destas discussões é, a longo prazo, melhorar a qualidade da educação pública. "A avaliação geral é que a qualidade da educação brasileira é deficiente e nós não vamos mudar isto a curto prazo", diz.
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