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Municípios pequenos, grandes problemas. Os prefeitos das pequenas cidades do Norte do estado tiveram ontem, durante o Fórum Futuro 10 Paraná, a oportunidade de relatar suas dificuldades e trocar idéias em busca de soluções comuns. "Só o fato de estar aqui e conversar com as pessoas já valeu a pena", disse Beto Siena, prefeito de Tamarana, a 50 quilômetros de Londrina. Siena participou dos debates de política e gestão pública. Ficou bastante interessado pelos programas na área de ação social em Cornélio Procópio, descritos por uma de suas colegas de mesa. "Na próxima semana, vou mandar meu pessoal a Cornélio, para conhecer esse trabalho", disse ele. "Se for o caso, podemos levar algumas idéias para nossa cidade."

Siena é o terceiro prefeito de Tamarana, município emancipado de Londrina em 1995. A maioria (54%) dos 10 mil habitantes ainda vive na área rural, o que traz dificuldades, principalmente, no atendimento de saúde e educação. Antes de atacar os problemas de forma mais direta, Siena deu prioridade às finanças. "Hoje, estamos com 80% das dívidas da prefeitura negociadas e em ordem", afirmou. "Agora, podemos investir." Ele defende que a saída é um trabalho em conjunto com outros municípios da região.

É a mesma idéia de Carlos Luis Porto Cass, prefeito de Sertanópolis, a 45 quilômetros de Londrina. Ele propõe a união de vários pequenos municípios em uma microrregião, com benefícios mútuos. "Em vez de acorrer ao comércio ou aos serviços de saúde de Londrina, por exemplo, poderíamos buscar as cidades vizinhas", afirmou Cass. Enquanto a idéia não vinga, ele faz a sua parte. Até o fim do ano, pretende aumentar de cinco para sete as equipes do programa Médico da Família e está criando um distrito industrial para atrair empresas e diminuir o desemprego entre seus 18 mil habitantes. Doa o terreno e a infra-estrutura básica, como luz, água e asfalto. "Estamos, ao mesmo tempo, distantes 500 quilômetros tanto de São Paulo como do Porto de Paranaguá", afirmou. "Ou seja, temos uma posição privilegiada, que interessa às empresas."

Em Ribeirão Claro, o prefeito Francisco Carlos Molini prepara um concurso para contratação de médicos, mas já sabe que é difícil atrair profissionais: "São poucos os que querem morar em cidade pequena." Por isso, decidiu treinar a mão-de-obra de que já dispõe. Desde o início do ano, fez cursos de qualificação para funcionários das áreas de saúde e transporte. "Tento adotar um planejamento compartilhado", disse Molini. "Cada setor apresenta suas demandas e vamos, juntos, buscar as soluções."

Com economia baseada na cultura do café, Ribeirão Claro vê muito de seus 11 mil habitantes sem trabalho depois da colheita. Para diminuir o problema, a prefeitura vem incentivando a diversificação. Junto com a Emater e o Sindicato Rural, desenvolve um trabalho para que os produtores de café tenham atividades alternativas, como granjas ou criações de bicho-da-seda. "Durante o fórum fiquei sabendo de muita coisa que desconhecia e agora vou levar para Ribeirão", afirmou Molina.

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