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O secretário de Ordem Pública (Seop), Leandro Matieli, disse nesta quarta-feira que já concluiu a identificação de todos os ocupantes dos boxes do Mercado Popular da Uruguaiana, localizado no Centro do Rio. De acordo com ele, agentes do órgão não sairão mais da região, que na semana passada foi alvo de uma grande operação da prefeitura e da Polícia Civil contra o comércio produtos ilegais.

“Ontem (terça-feira) nós encerramos o trabalho de identificação. Foram cerca de 1.520 estandes identificados, num total de 1.584. Agora a prefeitura não sai mais da Uruguaiana. A Seop vai manter a fiscalização permanente. E a secretaria de conservação está dando apoio, retirando os puxadinhos. O que a gente vai colocar aqui é regra. Existem regras para ocupar o espaço e vamos observar isso”, disse.

A partir de agora, segundo Matieli, as equipes da secretaria passarão a conferir os ocupantes dos boxes identificados.

“O que a gente fez foi fazer com que cada usuário de boxe identificasse o seu. Pelo CPF, o próprio sistema bloqueia quem tem mais de um boxe. E o que a gente está fazendo nesse segundo momento é a fiscalização in loco. As equipes estão percorrendo cada boxe para ver se o ocupante é de fato aquele quem se cadastrou”, conta.

Sobre o pagamento de aluguel de boxe no valor de R$ 19 mil, denunciado por um comerciante, Matieli disse que isso não tem lógica. “O mercado popular não foi feito para alugar boxe. Foi feito para que as pessoas trabalhem exercendo a sua profissão. Se algum boxe for identificado como alugado, ele será fechado e daremos prioridade para outra pessoa que esteja na fila. Não existe essa hipótese de valor de mercado de aluguel. Quem tiver essa informação pode denunciar na Coordenadoria de Controle Urbano, na Ouvidoria da Seop, que nós iremos apurar. Boxe é para aquele que trabalha, não é para lucrar com valor do aluguel”, explica.

Corretores ouvidos pelo GLOBO consideraram descomunal o valor cobrado pelo aluguel de um boxe na Uruguaiana. O comerciante Pablo Rodrigues afirmou que pagava R$ 19 mil por mês para usar uma loja em frente à Rua Uruguaiana.

“Achei que ele extrapolou em muito no valor desse aluguel. Mas onde tem miliciano não há parâmetro. No Leblon e em Ipanema tem comerciante fechando suas portas, se recusando a pagar R$ 25 mil. Como é que o aluguel de um boxe desse vale R$ 19mil?” questiona Laudimiro Cavalcanti, diretor do Creci no estado do Rio de Janeiro. “O aluguel de uma loja de frente, no Centro, de 70 a 80 metros quadrados, não pode passar de R$ 15 mil, R$ 17 mil. Porque não é só o aluguel. Têm impostos, pagamento de funcionários e o valor do débito pode chegar a R$ 100 mil”, acrescenta.

Segundo Cavalcanti, o valor do aluguel de uma sala é bem menor. Chega a R$ 1 mil, R$ 1,2 mil.

Já a corretora Irislane Gomes, da corretora GDM, disse que uma sala de 35 m² na Rua do Ouvidor teria aluguel em torno de R$ 1,5 mil.

“Cobrar R$ 19 mil de aluguel no camelódromo é surreal. Há três meses aluguei uma mansão de 1.407 m² em Santa Teresa por R$ 8 mil. E com vista para o Cristo Redentor”, pondera.

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