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A prefeitura de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, decretou nesta quarta-feira (3) "estado de emergência" no Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Os serviços de urgência e emergência estão suspensos por pelo menos 15 dias e os pacientes que chegam são encaminhados aos hospitais Cataratas e Ministro Costa Cavalcanti.

A decisão foi tomada após parte do corpo clínico do hospital ter decidido não atuar mais no estabelecimento por não concordar com o novo modelo de gestão proposto. O assessor jurídico do hospital Túlio Bandeira disse que diante da saída dos médicos o estabelecimento não tem condições técnicas para atender urgências e emergências. Quanto aos pacientes internados, cerca de 150, o atendimento está garantido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), segundo Bandeira. A partir do decreto, o hospital também poderá fazer contratações diretas necessárias para a manutenção dos serviços médicos. Fundação

Administrado por uma Organização Social (OS) até o início deste ano, o hospital passou a ser gerido, há 15 dias, por uma Fundação Hospitalar, após o Ministério Público considerar inconstitucional a terceirização dos serviços feita anteriormente. No entanto, os médicos alegam que a carga horária proposta para desempenhar o serviço, com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é limitada e tecnicamente inviável.

O diretor regional do CRM em Foz do Iguaçu, Isidoro Villa Mayor, diz que o modelo proposto pela Fundação inviabiliza a manutenção das equipes de plantão porque limita as horas. A carga horária máxima, segundo Mayor, é 180, no entanto, há médicos que trabalhavam 240 e 320 horas.

Com a redução da carga horária, será preciso contratar um número maior de profissionais. "O corpo clínico se manifestou pela impossibilidade técnica de atender a necessidade do hospital nesta nova modalidade", argumenta.

Até o início da noite, a direção do hospital estava reunida com o Ministério Público para tratar do assunto. Há disposição de chamar os médicos novamente para novas tratativas. Um total de 132 médicos faziam parte do corpo clínico. Desassistidos

Enquanto a questão não é resolvida, a população sofre com o descaso. Na tarde de hoje, uma vítima de acidente de trânsito, que apresentava fratura na perna, foi levada ao hospital pelo Siate, mas não foi atendida. Os socorristas ficaram mais de 15 minutos em frente à porta do pronto-socorro, que estava fechada. A enfermeira informou que, por orientação, não era para receber os pacientes.

Rodrigo Beluckue, que levou a mãe para uma consulta pós-cirúrgica, também não foi atendido. "O povo está sendo tratado como um lixo", desabafou.

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