• Carregando...

Atualizado em 9/06/2006 às 19h57

O quinto dia da greve dos servidores municipais de Maringá, no Noroeste do Paraná, apresentou novidades, mas nenhuma que demonstre que o fim da paralisação esteja próximo. Logo no início da manhã, a prefeitura da cidade anunciou que vai abrir uma licitação para contratar 50 servidores por 60 dias, e a terceirização poderá ser renovada a cada semana, até que a greve termine. A direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar) informou que aguarda somente a concretização da licitação para entrar na Justiça. A "manobra" da prefeitura seria ilegal, segundo os grevistas.

A atitude emergencial, divulgada pelo secretário de Serviços Públicos (SMSP), Diniz Afonso, visa tirar das ruas de Maringá cerca de mil toneladas de lixo, acumuladas em cinco dias de paralisação. Nos últimos dois dias, apenas três dos 11 caminhões de lixo puderam sair às ruas para fazer a coleta. A possível contratação de funcionários irritou a presidente do Sismmar, Ana Pagamuci. "Para pagar o nosso reajuste o prefeito Silvio Barros não tem dinheiro, mas para contratar empresa e terceirizar o serviço tem?", questionou Ana. O sindicato aponta que a essencialidade dos serviços está garantida com 30% dos funcionários e a licitação seria ilegal.

O secretário da SMSP justifica a licitação. "Com 30% não damos conta de fazer o serviço", assegurou Afonso. A coleta de lixo foi o principal setor afetado pela greve. Vários bairros e a região central tem sacos de lixo acumulados nas calçadas e nas lixeiras. Maringá colhe uma média diária de 400 toneladas de lixo, mas atualmente esse número não chega nem a metade.

Greve inconstitucional

Durante a tarde desta sexta, o procurador municipal, Laércio Fondazzi, afirmou que a prefeitura entrou na Justiça com uma "ação declaratória de inconstitucionalidade, ilegalidade e abusividade de greve", devido a atos apontados como abusivos, agressões verbais e físicas. O caso foi encaminhado para a 5ª Vara Cível, mas a estimativa de Fondazzi é que só haja um posicionamento da Justiça na segunda-feira. "Esperamos que o juiz conceda a liminar para que a greve acabe", analisou o procurador.

Manifestação

No fim da manhã, os servidores fecharam por cerca de 40 minutos a Avenida Brasil, no Centro da cidade. A manifestação começou por volta de 12h, e o Sismmar não soube precisar o número de manifestantes que participaram do protesto. Todos ostentavam faixas, apitos e acenavam lenços brancos. A mobilização também distribuiu uma carta à população apontando dez questões sobre a greve, entre elas: que não são baderneiros e sim trabalhadores lutando pelos direitos; e que a greve acontece porque o prefeito Silvio Barros não atende as reivindicações dos servidores.

Representantes da prefeitura e do sindicato têm um encontro marcado na Procuradoria da Justiça do Trabalho no próximo dia 14, às 14h, para tentar negociar. A categoria reivindica um reajuste salarial de 16%, além da criação de um plano de Cargos e Salários. A prefeitura oferece um aumento de 4,53%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]