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Portaria prevê que Unidades de Pronto-Atendimento tenham de entrar em funcionamento em até três meses após o término das obras | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Portaria prevê que Unidades de Pronto-Atendimento tenham de entrar em funcionamento em até três meses após o término das obras| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Estrutura

Paraná deve receber 41 novas unidades nos próximos dois anos

Dentro dos próximos dois anos, o número de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) deve crescer 241% no Paraná, caso todos os prazos sejam cumpridos pelos municípios. Hoje, o estado conta com 17 unidades em nove municípios e outras 41 estão em construção.

Porém, em alguns municípios onde o serviço já existe, o atendimento não funciona com sua capacidade total. Castro, nos Campos Gerais, tem uma UPA em funcionamento desde dezembro de 2011, mas, conforme o diretor da unidade, Melchiori Adriano Selmer, deixa de atender municípios vizinhos devido à falta de mais profissionais. A UPA de Castro tem dois médicos, mas deveria contar com pelo menos mais outros dois profissionais.

Triagem

Em Apucarana, no Norte, a UPA da cidade vai completar um ano de funcionamento em maio. Segundo o secretário municipal de Saúde, Hélio Kiffina, o serviço tem conseguido organizar melhor o fluxo de pacientes no município, auxiliando para impedir que unidades de saúde ou hospitais da região fiquem sobrecarregados. "A UPA funciona como um centro triador de pacientes de urgência e emergência, tem leitos de internamento de observação, raio-x e laboratório", descreve. Por dia, são feitos até 350 atendimentos.

Acompanhamento

Outra novidade trazida pela portaria é o Sistema de Monitoramento de Obras do Ministério da Saúde (Sismob), uma ferramenta que acompanha o andamento das obras. As prefeituras terão que informar, a cada dois meses, dados do estabelecimento, imóvel, projeto, execução física e prazo de conclusão da edificação. Apesar da obrigação do cumprimento dos prazos, os valores repassados aumentaram em mais de 50%. As UPAs tipo 1 (entre 50 mil e 100 mil habitantes) custam R$ 2,2 milhões; as de tipo 2 (entre 100 mil e 200 mil habitantes) custam R$ 3,1 milhões e as de tipo 3 (entre 200 e 300 mil habitantes) estão orçadas em R$ 4 milhões.

Intermediárias entre os postos de saúde e os prontos-socorros, Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) criadas em todo o país têm demorado para sair do papel, devido a mudanças nas gestões municipais e ajustes no projeto original. O cenário fez com que o Ministério da Saúde revesse a forma de repasses para os municípios: uma portaria expedida no início do mês permite que os recursos sejam cortados caso as prefeituras não cumpram os prazos para a construção e entrada em funcionamento das UPAs.

Agora, após receber a primeira parcela do Ministério da Saúde, a prefeitura tem nove meses para apresentar a documentação do projeto e mais 18 meses para concluir a obra. Após o término do prédio, a prefeitura tem ainda três meses para abrir a unidade para o público. Se as etapas não forem cumpridas, os gestores deixam de receber as parcelas do financiamento referentes a cada ciclo.

Os valores variam de R$ 2,2 milhões para UPAs construídas entre municípios de 50 mil a 100 mil habitantes e R$ 4 milhões para aquelas construídas em cidades de 200 mil a 300 mil moradores. Estão em fase de construção mais 601 unidades em todo o país. Não se sabe quantas construções serão atingidas pela portaria no Paraná, mas o novo cronograma deixou os gestores municipais em alerta.

Em Pato Branco, no Su­doeste, a secretária municipal de Saúde, Antonieta Chioquetta, disse que a UPA da cidade cumprirá o prazo da nova portaria e o prédio deve ficar pronto em seis meses. "Vamos seguir o prazo. A UPA vai ser um complemento no atendimento de urgência e emergência com uma estrutura mais moderna", afirma.

Antigas

Por outro lado, as UPAs construídas nas administrações municipais passadas não seguem a mesma rigidez nos prazos. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a UPA liberada em 2010 tem capacidade para 300 atendimentos diários, mas permanece fechada até que a prefeitura resolva as pendências de recursos humanos e equipamentos. O prédio custou R$ 2 milhões e, por enquanto, os atendimentos são feitos no Hospital Municipal. O secretário da pasta, Orildo Müller, não retornou às ligações da reportagem.

Toledo, no Oeste, e Gua­rapuava, na Região Central, vivem situação semelhante. O secretário municipal de Saúde em Toledo, Edson Simionato, informou que precisa contratar 110 profissionais e os gastos da folha de pagamento da prefeitura já estão no limite. A UPA foi concluída pela última gestão, mas ainda falta a construção do muro e o término da jardinagem do projeto.

Já a prefeitura de Gua­rapuava reconhece que a UPA inaugurada no ano passado não tem condições de entrar em funcionamento em três meses, como prevê a portaria. A prefeitura afirma que encaminhou um pedido de informações ao Ministério da Saúde.

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