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O Cadastro Nacional de Adoção (CNA) ajudou a mostrar estatisticamente como o brasileiro é preconceituoso na hora de adotar. O perfil requerido pelos pretendentes mostra um descompasso em relação aos garotos e garotas disponíveis. Há exigência por crianças pequenas, brancas e sem irmãos, mas no CNA estão disponíveis crianças pardas ou negras e com irmãos.

Apenas 6% dos candidatos aceitam adotar crianças acima dos 6 anos, mas menos de um quarto dos cadastrados está nessa faixa etária. Esses dados confirmam a importância da atuação dos grupos de apoio à adoção, que incentivam a adoção tardia e ajudam a encurtar o caminho entre crianças e pretendentes.

A curitibana Fernanda Pauliv de Souza optou por uma adoção tardia, que era a preferência dela e de seu marido. Há cerca de dois anos, os dois entraram com o pe­­dido de habilitação na 2.ª Vara da Infância, Juventude e Adoção de Curitiba. No início, eles queriam uma criança com até 3 anos de idade, mas acabaram conhecendo as atuais filhas, na época com 4 e 7 anos.

O casal tinha combinado de não ver fotos, mas uma das técnicas da vara acabou mostrando uma imagem das garotas. "Na hora soubemos que eram elas. Foi emocionante", diz Fernanda, que se surpreendeu com a rápida adaptação das meninas. "Parece que foi um reencontro", afirma.

Para a juíza carioca Andrea Pachá, uma das idealizadoras da campanha Mude um Destino, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao identificar essas preferência o cadastro nacional dá mais transparência ao processo. Ela lembra que, se não fosse o sistema, muitos continuariam a viver nos abrigos.

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