• Carregando...

A cobrança da cópia da prova é duramente criticada pelo educador da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Angelo Souza. Isto porque, além de expor o aluno a uma situação vexatória, há o grau de crueldade que faz com o próprio estudante tenha de pagar para ser avaliado. "Ele paga por uma coisa que é passível de reprovação. É como eu dar R$ 0,10 para mostrar ao professor que não sou capaz de ir bem na prova. Não se trata apenas do valor, mas do princípio de direito à escola gratuita", afirma.

Souza lembra que pior do que a escola fazer a cobrança é ver que ela própria não se incomoda com a ação. "Eu esperaria que os professores, diretores e educadores, em geral, se sensibilizassem com a situação. Existem outras opções para resolver o problema sem expor o aluno", diz. Uma solução, segundo Souza, é adequar a escola à sua realidade. Se não existe xerox gratuito da prova para todos os alunos, então os professores deveriam escrever a prova inteira no quadro e fazer com que todos copiassem ao mesmo tempo, ou ainda colocar uma transparência no retroprojetor para que os alunos visualizassem juntos a prova – uma questão de igualdade de critérios na hora de avaliar. "A sociedade já pagou, com impostos, pelo estudo gratuito. É terrível pensar que ela está pagando por tudo isso novamente", afirma Souza.

O lado pedagógico também sai prejudicado quando a prova é cobrada dos alunos. Isto porque os professores se limitam a fazer o teste em apenas uma folha ou página, para que ele não fique ainda mais caro aos estudantes. Pro­fessores que dão aulas de Geo­grafia, por exemplo, dificilmente poderão usar um mapa e uma tabela porque a prova precisa ca­­ber em um espaço reduzido.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]