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A administradora Fabiane Raichert elabora uma lista de dúvidas antes das consultas de Arthur, de 9 meses | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
A administradora Fabiane Raichert elabora uma lista de dúvidas antes das consultas de Arthur, de 9 meses| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Faça a coisa certa

Como agir para garantir a eficiência e reduzir os riscos no tratamento:

Antes da consulta

1. Se você tem exames recentes relacionados com a queixa, separe-os e leve-os para a consulta.

2. Pergunte a parentes próximos sobre as doenças freqüentes na família.

3. Anote seus sintomas: quando começaram, quando acontecem, se pioraram.

4. Se tomou algum medicamento ou toma de forma contínua anote o nome e a dosagem.

5. Anote dúvidas que você tenha para levar ao médico.

Depois da consulta

1. Avise se você toma algum suplemento vitamínico.

2. Se tiver sem condições, vá sem acompanhante. Isso facilita o diagnóstico.

3. Não omita informações sobre doenças prévias ou hábitos de vida.

4. Se você já foi a outro médico e procura uma segunda opinião, informe.

5. Leia a receita e, se tiver dúvidas ou não entender o que está escrito, pergunte.

6. Tire todas as dúvidas sobre exames solicitados ou como tomar os medicamentos receitados.

Consultas relâmpagos, feitas cada vez com um médico diferente, sem que haja um acompanhamento mais aprofundado, produzem a chamada medicina da doença e não do doente. Em tempos de pressa, em que nem médicos nem pacientes têm minutos a perder, preparar-se para uma consulta pode facilitar o diagnóstico e garantir o sucesso do tratamento. Entender a linha de raciocínio dos profissionais e estar preparado para oferecer todas as informações necessárias são atitudes que facilitam a comunicação entre médico e paciente.

Falta de objetividade no relato dos sintomas, interferência de familiares, informações pesquisadas na internet e a inexistência de vínculo e empatia entre as partes são apontadas pelos médicos como as principais dificuldades encontradas durante as consultas. Para o presidente da Sociedade Paranaense de Clínica Médica, César Kubiak, é natural que o paciente chegue fragilizado. "Ele vem quase que infantilizado, cabe ao médico acolhê-lo e orientá-lo", comenta.

Para a consulta atingir seu objetivo – identificar a queixa e encontrar sua origem, para que possa ser tratada –, o diálogo é fundamental. "É importante que o paciente relate o que sente, quando sente e como sente. O médico deve permitir que o paciente fale, mas sem deixar que ele perca o foco", afirma Kubiak. Segundo os profissionais, não é raro que o paciente divague ao relatar a queixa. "Muitas vezes eles fazem relações emocionais com outras vivências e doenças que já tiveram, mas a ligação não faz sentido. Isso acontece porque ele não tem a noção do que importa para o diagnóstico, cabe ao médico direcionar o relato e filtrar as informações relevantes", afirma o cardiologista e coordenador do Check Up do Hospital Vita Batel, Tuffi Dippe Junior.

Histórico

Além de descobrir o motivo da consulta, é preciso levantar o histórico de saúde do paciente e de sua família. Informações sobre sintomas e sinais (dados revelados em exames), vícios e hábitos de vida, condições sanitárias, alergias, enfermidades anteriores e a ocorrência de doenças na família são importantes. "Às vezes, alguma informação de doença prévia ou histórico familiar muda completamente a linha de tratamento", diz o professor titular de Pneumologia e Bioética da Faculdade Evangélica do Paraná e chefe do Serviço de Doenças Respiratórias do Hospital Evangélico, Odair de Floro Martins. O paciente nunca deve omitir informações ou distorcê-las. "Algumas vezes ele pode esconder algum fato sobre o qual se sente constrangido em falar, isso prejudica a atuação do médico. Um exemplo é a disfunção erétil, que mais do que um problema sexual é também um marcador para doenças cardiovasculares. Por isso é importante que o médico tenha conhecimento", alerta Dippe.

Levar exames recentes que tenham relação com a queixa apresentada na consulta é recomendável. Isso evita que o mesmo exame seja repetido sem necessidade. É economia de dinheiro, de tempo e de risco. "Uma tomografia do tórax, por exemplo, emite uma grande quantidade de radiação, não tem porque o médico pedir de novo se o exame foi feito recentemente", observa Martins. É freqüente, principalmente em doenças graves, que o paciente procure mais de uma opinião. Nesses casos é aconselhável que ele leve os exames que já fez.

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