De Curitiba, achei que os ataques do crime organizado em São Paulo não me afetariam. Enviada pela Gazeta do Povo para cobrir o maior evento do agronegócio da América Latina, o Agrishow, parti pela manhã de ontem com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ao desembarcar na capital paulista, para minha surpresa, me dei conta que os ataques do PCC poderiam mudar a minha rotina.
No caminho do aeroporto ao hotel, onde encontraria com um grupo de jornalistas e seguiria de carro para Ribeirão Preto, vi polícia por toda a parte e ouvi um relato emocionado de um motorista de táxi.
O hotel onde eu ficaria de passagem foi o meu destino final. Fomos orientados a não deixar o prédio dada a situação nas ruas. Antes das 16h, recebemos a notícia de que escolas e comércios começaram a fechar as portas com medo de atentados. De dentro do hotel, conseguimos ver as ruas lotadas de pessoas tentando voltar pra casa, trabalhadores com medo de pegar o transporte coletivo, principal alvo de ataques.
Nossos colegas gaúchos, que chegariam ao aeroporto ainda de manhã, não chegaram ao hotel até o início da noite: o aeroporto foi fechado pela polícia e as pessoas só saíam uma a uma. Mesmo dentro do hotel, diversos serviços, como restaurante e business center, foram fechados por medida de segurança. Até o início da noite, não tínhamos idéia se conseguiríamos sair de São Paulo, pois corria a notícia que as estradas também poderiam ser bloqueadas.
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