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Quadrilha teria arrecadado meio milhão de reais com sequestros; suspeitos não quiseram falar com a imprensa | João Varella / Gazeta do Povo
Quadrilha teria arrecadado meio milhão de reais com sequestros; suspeitos não quiseram falar com a imprensa| Foto: João Varella / Gazeta do Povo

Quadrilha acusada de sequestrar comerciantes foi presa em Curitiba

Policiais do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) prenderam uma quadrilha acusada de sequestrar donos de lojas de carro em Curitiba. Cinco pessoas foram presas, quatro na sexta-feira (24) e uma nesta segunda-feira (27). Oito vítimas já foram identificadas. Os bandidos agiam na região de Curitiba e chegaram a arrecadar pelo menos meio milhão de reais.

De acordo com a polícia, a quadrilha ligava para as revendedoras e falava para o dono do local que tinha dois carros para vender, mas não teria ninguém para levar os veículos para loja. O bandido anunciava que estaria disposto a vender os veículos por um valor de até R$ 4 mil abaixo do preço praticado no mercado. A justificativa para o preço baixo era que os carros teriam sido usados em um pagamento de uma transação imobiliária e uma suposta urgência em obter o dinheiro.

Com a proposta vantajosa para a loja, o empresário seguia até o endereço fornecido pelos bandidos. Os carros anunciados, no entanto, não existiam e o empresário era mantido como refém. "As residências usadas eram de imobiliárias. Os criminosos faziam que estavam interessados nos imóveis para ficar com as chaves", disse o delegado Riad Braga Farhat. Foram localizados três endereços de cativeiros, nos bairros Jardim Social, Boqueirão e Bairro Alto.

O sequestro durava cerca de 5 horas, até que um funcionário fizesse um depósito bancário na conta de um possível "laranja" - a polícia investiga a possibilidade das pessoas que cediam as contas não saber a real origem do dinheiro, embora esteja comprovado que os donos das contas ganhavam uma parte. Silmara Machado, 36 anos, é apontada como a responsável por convencer os laranjas a cederem suas contas.

Os criminosos levavam cerca de dez dias montando os ajustes do crime com a vítima, imobiliária e os laranjas, segundo a Polícia Civil.

Os bandidos usavam de violência psicológica contra os sequestrados. "Um dos membros era do ramo [de venda de veículos] e conhecia detalhes da vida pessoal da vítima", afirmou Riad. Segundo o delegado, Bruno Santiago Castela, 29 anos, teve uma revendedora de veículos na periferia de Curitiba. Ele e Jorge Admar da Silva Moraes, 38, são apontados como os articuladores do esquema. Também foram presos Eduardo César Xavier e R.G.

Os golpes eram aplicados desde lojas pequenas até estabelecimentos que comercializavam carros importados. "Eles ajustavam o veículo supostamente negociado de acordo com o padrão da loja", relatou Riad. Em cerca de seis meses de atuação, os bandidos teriam conseguido R$ 500 mil. "Dinheiro que vem fácil, vai fácil. Eles gastaram boa parte da grana com festas", disse Riad. O Tigre deve trabalhar em conjunto com o Núcleo de Repressões a Crimes Econômicos (Nurce) para tentar devolver os valores às vítimas.

Segundo o policial, os bandidos fizeram sete golpes na região de Curitiba e um em Santa Catarina. As prisões foram realizados quando o bando estava a ponto de se deslocar para Joinville, cidade do nordeste catarinense. A polícia diz ter provas de que a quadrilha estava a ponto de agir também em São Paulo e Rio Grande do Sul.

Veja o vídeo da ação policial no momento das prisões:

Nenhum dos cinco acusados quis se manifestar. À polícia, todos teriam confessado os crimes.

Para evitar ser vítima desse tipo de golpe, o delegado Riad aconselha os empresários a desconfiar ganhos fáceis. "Hoje em dia ninguém quer perder R$ 4 mil assim, por nada". O policial ainda chama a atenção das imobiliárias, para que tenham mais controle de quem retira as chaves dos imóveis.

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