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Familiares se aglomeram na frente da Penitenciária de Piraquara à espera de noticias sobre a rebelião | Gerson Klaina/Tribuna do Paraná
Familiares se aglomeram na frente da Penitenciária de Piraquara à espera de noticias sobre a rebelião| Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Presas da Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), que fica dentro do Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), mantêm uma agente refém desde as 18 horas desta quinta-feira (9). Por volta do meio-dia desta sexta (10), o motim deflagrado na unidade ainda gerava um clima muito instável no local. Pela manhã, as detentas chegaram a detonar um artefato explosivo, informou a a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), que não deu mais detalhes sobre o caso. A pasta informou que o fato chegou a interromper temporariamente as negociações, mas que as conversas foram retomadas no fim da manhã.

No motim, duas das cinco galerias da unidade foram tomadas e, por volta das 10h15 desta sexta (10), detentas de uma terceira galeria também teriam aderido à rebelião - informação que ainda não foi confirmada Sesp. Nas duas galerias onde há de fato rebelião estão cerca de 180 presas, mas não é possível afirmar ainda se todas estão envolvidas.

De acordo com informações extraoficiais, por causa da instabilidade no local, o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou na penitenciária. Ao todo, 22 presas do chamado “seguro” - onde ficam as condenadas por crimes mais graves - foram retiradas de suas celas. A Sesp não confirma o número, mas assume que há presas do “seguro” sendo retiradas por questões de segurança. É que, caso a rebelião cresça, as chances de estas detentas serem feitas reféns são grandes.

Por causa do motim, as visitas em todo o Complexo Penitenciário de Piraquara foram suspensas até que seja restabelecida a normalidade no local. Além da PFP, também ficam no complexo a Penitenciária Estadual de Piraquara 1 e 2, a Colônia Penal Agrícola e a Penitenciária Central do Estado.

Negociações

Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), as negociações, que foram suspensas por volta das 23 horas de quinta, foram retomadas às 5 horas desta sexta, mas a pauta inconstante das detentas tem adiado as perspectivas de acordo.Tanto o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) como o Departamento de Execução Penal(Depen) trabalham nas negociações.

“A cada momento tem um reivindicação nova delas e isso está impossibilitando concluir a rebelião”, explicou a presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski. Segundo ela, além de reclamarem da superlotação, as presas também reivindicam a normalização no abastecimento de água dentro da unidade e a realização de ao menos mais um mutirão carcerário.

Imagem enviada por detentas à imprensa mostra situação dentro da carceragem em Piraquara

A presidente do Conselho da Comunidade na Execução Penal, Isabel Kugler Mendes, acrescentou que a superlotação é o ponto que mais pesa entre as mulheres. A PFP tem capacidade para cerca de 370 presas, mas abriga 440.“As celas são muito pequenas e, em consequência da superlotação, só um a minoria é quem trabalho e estudo”, explicou a presidente.

O Sindarspen informou que, por enquanto, não há registro de vítimas. “Tem uma agente refém, mas não temos certeza do estado dela. Parece que fisicamente ela está bem”. O Depen também disse não saber de possíveis pessoas feridas dentro da unidade.

O motim começou por volta das 18 horas desta quinta-feira (9), quando uma agente precisou tirar uma presa de uma das celas. A agente estava sozinha e teria sido dominada pelas detentas.

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