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Rio de Janeiro e São Paulo - Depois de posar para fotografias segurando uma espátula e dar início a obras de ampliação do Terminal 2 do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), orçadas em R$ 63 milhões, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sérgio Gaudenzi, anunciou investimentos de mais R$ 537 milhões nos dois terminais até 2010 e criticou a proposta de privatização do aeroporto, em estudo no governo federal.

"Tenho posição claramente contrária à privatização", ressalta. "Não recuo porque acho que estou certo." Ele disse que não quer criar nenhum constrangimento "sendo divergente". "É uma questão de ponto de vista", diz. "O meu cargo está sempre à disposição do presidente. Se houver necessidade, não há problema."

Na presidência da Infraero desde agosto do ano passado, Gaudenzi relatou ter "poucos aliados" na posição contrária à privatização, defendida pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), que já comparou o aeroporto a uma "rodoviária de quinta categoria". Vinculado ao Ministério da Defesa, Gaudenzi disse que os poucos aliados estão "mais no setor da Defesa". "O casamento (com militares) é muito forte", declarou.

Na entrevista, em uma ala de 63 mil metros quadrados que estava fechada havia dez anos, desde a inauguração do atual Terminal 2, Gaudenzi fez vários elogios ao Tom Jobim. Disse que é "um dos mais bem concebidos do mundo" e o único do país capaz de receber o Airbus 380, por conta de sua pista de 4 mil metros. Ele admitiu que houve um processo de "esvaziamento" nos últimos anos e disse que a obra era uma "obrigação". "Vamos atingir 20 milhões de passageiros por ano. O Galeão era o sétimo e hoje é o quarto do país." Gaudenzi falou até em construir mais dois terminais. "Aguardamos decisão do governo federal (sobre a eventual privatização), mas não podemos deixar de fazer o nosso trabalho."

São Paulo

O ministro Nelson Jobim (Defesa) se reuniu na tarde de ontem com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito da cidade, Gilberto Kassab (DEM), para discutir projetos relacionados aos principais aeroportos do Estado e a construção de mais um terminal de grande porte.

Entre os projetos discutidos na reunião está o que trata da ampliação do aeroporto de Congonhas, com ampliação da pista no sentido Jabaquara (zona sul), numa extensão de aproximadamente 1.100 metros. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, a obra deverá ter um custo aproximado de cerca de R$ 400 milhões com desapropriações. O prefeito não definiu data para o projeto, mas afirmou que a prefeitura não deve encontrar resistência para as desapropriações porque a maioria dos moradores quer se mudar da região por segurança.

A ampliação da pista, no entanto, não deve implicar aumento da capacidade de vôos em Congonhas, mas deverá ser feita simplesmente por questões de segurança, segundo Jobim. "Congonhas está no limite", afirmou o ministro.

Os projetos voltados à ampliação do número de vôos devem ser direcionados para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, de acordo com José Serra. "Viracopos pode aumentar em até 30 vezes sua capacidade", disse o governador.

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