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Brasília – Em seu último compromisso internacional antes da eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abrirá na terça-feira os debates da 61.ª Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, disposto a causar impacto. Longe das crises domésticas, Lula vestirá na ONU o figurino do líder que cobra dos países ricos medidas urgentes em defesa de uma nova ordem econômica, política e social para a construção da paz e da segurança no mundo.

Diante de uma platéia formada por representantes de 192 países, o presidente dirá que a falta de oportunidades e a miséria impostas pelos donos do poder econômico às nações mais pobres criam terreno fértil para o rancor, o fundamentalismo e a violência numa época em que predominam os ataques terroristas no Oriente Médio e cinco anos após os atentados do 11 de setembro.

No plenário da ONU, Lula usará a mesma estratégia reprisada em sua campanha eleitoral, quando se apresenta como pai dos pobres: a de que o investimento no social é antídoto contra a violência, fórmula para reduzir os conflitos.

As cenas do presidente-candidato que se relaciona de igual para igual com as principais potências do planeta serão exibidas no Brasil nos últimos dias da propaganda eleitoral na tevê.

Bush

Lula chegará a Nova Iorque amanhã à noite e na terça será o primeiro presidente a discursar, já que, por tradição, o Brasil sempre abre os debates da ONU. Será seguido na tribuna pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, logo após dar uma estocada nas nações mais poderosas ao pregar novamente o fim do protecionismo agrícola que penaliza os menos favorecidos.

Em 2003 e em 2004, ao cumprimentar Lula, Bush desejou-lhe boa sorte na arena internacional. "Não vá dormir enquanto eu falo, hein?", brincou.

Na 61.ª edição da Assembléia-Geral da ONU, o presidente atuará mais uma vez como advogado do multilateralismo e pregará a reforma da organização e a ampliação dos membros permanentes no Conselho de Segurança – hoje formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia. O Brasil reivindica uma cadeira fixa nesse fórum de decisões.

Prestação de contas

Em plena campanha por um segundo mandato, Lula também vai aproveitar o discurso para uma espécie de prestação de contas: afirmará que o Brasil está fazendo sua parte para derrotar a fome e cumprir as Metas do Milênio, conjunto de compromissos para reduzir a pobreza pela metade até 2015.

Apresentará os resultados alcançados com o Bolsa-Família, programa de transferência de renda que hoje beneficia 11,1 milhões de famílias, embora o Brasil ainda seja o quinto país mais desigual do mundo, segundo o último levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

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