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A construção da Casa de Custódia de Piraquara deve ajudar a reduzir a falta de vagas | Rodrigo Batista/Gazeta do Povo
A construção da Casa de Custódia de Piraquara deve ajudar a reduzir a falta de vagas| Foto: Rodrigo Batista/Gazeta do Povo

Obras

Novas vagas devem ser entregues em 2015

O governo deve concluir em 2015 a construção e ampliação de 20 presídios no Paraná, o que totalizará 6.670 vagas a mais. As obras estão em fase inicial. No Complexo Penitenciário de Piraquara são duas novas penitenciárias – a Cadeia Pública para Jovens e Adultos, com 382 vagas para regime fechado, e o Centro de Integração Social, com 216 vagas para regime semiaberto. Há ainda obras de ampliação da Casa de Custódia de Piraquara, da Penitenciária Feminina do Paraná e Penitenciárias Estaduais do Paraná 1 e 2.

Das 20 obras, oito são de reforma e ampliação, seis para construção de novas unidades de regime fechado e outras seis de regime semiaberto. O custo total é de R$ 161 milhões, sendo que R$ 131 milhões são recursos do governo federal. O custo da obra, por vaga, para regime fechado é de R$ 21.140, e de R$ 15.900 para o semiaberto.

O início das obras estava previsto para 2012, mas uma resolução federal impedia que os projetos fossem realizados. O documento impunha novas normas para a arquitetura e planejamento dos presídios, o que causou divergência entre o projeto no Paraná e a recomendação da União.

Apesar de faltarem vagas no sistema penitenciário do Paraná, o governo deve continuar transferindo presos de delegacias (onde deveriam ficar apenas temporariamente) para presídios estaduais. Somente nos 12 presídios de Curitiba e região metropolitana, o déficit é de 639 vagas. Por outro lado, o governo entende que a realocação é uma forma melhor de abrigar os detentos que estão em carceragens lotadas e em condições precárias.

Em todo o estado, existem 8.964 pessoas detidas em carceragens de delegacias. Dados da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) mostram que a superlotação nos distritos policiais chega a ser o dobro da capacidade das celas (que é de 4.273). Nas penitenciárias a população carcerária é de 19.848, mas há excesso de 1.473 detentos, se somadas todas as penitenciárias em que há falta de vagas.

Na região de Londrina, Norte do Paraná, está concentrado o maior problema de falta de vagas. Em todas as penitenciárias dessa região há déficit de presos. Ao todo, nessas unidades, que são quatro, faltam 355 vagas.

Mas, de acordo com a secretária de Justiça Maria Tereza Uille Gomes, apesar do déficit e do problema urgente a ser resolvido da população carcerária em delegacias, abrigar os presos em penitenciárias proporciona aos detentos uma "condição melhor" do que nos distritos. "A capacidade das celas nas penitenciárias é de seis presos. Estamos colocando um preso a mais nas celas. Cada um recebe um colchão. Não é o ideal, mas é melhor do que estar nas delegacias."

A medida ocorre em caráter emergencial, segundo a secretária, para que se possa resolver a demanda dos distritos enquanto não são abertas mais vagas no sistema penitenciário. O governo acredita que em um ano, com a ampliação de vagas, o problema da superlotação carcerária tanto em delegacias quanto em penitenciárias seja resolvido.

Na última quarta-feira, o governo anunciou, pela terceira vez, o fechamento das carceragens de delegacias no Paraná. Segundo a secretária de Justiça, a solução para que os presos não voltem para as delegacias é a destruição das carceragens, a exemplo do que ocorreu com a DFR. Cada uma das nove regiões do estado administradas pela Seju terá uma casa de custódia, que servirá como centro de triagem para presos que ainda devem ser integrados ao sistema. Isso, segundo Maria Tereza, deve garantir que os detentos não fiquem nas celas de distritos. "O período de permanência do preso será apenas para passagem provisória na delegacia. A lei não estabelece esse tempo, mas entendemos que o máximo seja dez dias para que o inquérito seja finalizado e o mandado de prisão expedido."

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