O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), passou mal pela terceira vez desde que foi preso no dia 7 de fevereiro por suposta omissão para conter os atos de 8 de janeiro. Ele foi atendido pela equipe médica nesta segunda-feira (27). A esposa do militar, Mariana Adôrno Naime, afirmou à Gazeta do Povo que ele tem sofrido com “dormência nos braços e pés”, “muita dor de cabeça” e “vômito”.
“A saúde dele está bem debilitada, se agravando pelo estado emocional que se encontra. Ele tem laudo de hipertensão e diabete”, disse Mariana. Segundo ela, Naime perdeu 16 quilos desde a prisão e seu processo não avançou, apesar dos pedidos de soltura já feitos pela defesa. Mariana apontou que o coronel não tem feito o acompanhamento médico preventivo adequado para tratar suas comorbidades.
Além disso, ela afirmou que a morte de Cleriston Pereira no Complexo Penitenciário da Papuda também deixou sua família preocupada. Cleriston estava preso acusado de envolvimento nos atos de vandalismo e morreu no último dia 20 depois de ter um "mal súbito". O empresário também tinha comorbidades, assim como Naime, e fazia uso de medicamentos para diabetes e hipertensão.
“Isso me deixa extremamente desesperada, porque semana passada teve a morte do Cleriston, nós vimos que o laudo [de comorbidades] do Cleriston é o mesmo do dele [Naime], que é de hipertensão, diabetes… O que garante que o Naime também não tenha um infarto, um AVC?”, questionou a esposa do coronel. “Estamos pedindo socorro para que seja autorizada a liberdade e ele tenha um tratamento digno”, acrescentou.
No dia 13 de julho, o coronel teve uma queda de pressão e, ao tombar, tentou se apoiar num armário, que acabou caindo sobre si, o que o fez ser conduzido ao hospital. Em 24 de julho, ele voltou a necessitar de atendimento médico, mas não precisou ser levado ao hospital.
Mesmo de férias na data dos atos de vandalismo, o coronel Naime deixou sua residência para ajudar a conter os manifestantes. Durante a ação policial, o militar chegou a ser ferido com o disparo de um rojão. Ele foi preso sob a suspeita de omissão durante os ataques. Em maio, a a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um parecer a favor da manutenção da prisão do militar.
A procuradoria se manifestou sobre um dos pedidos de soltura apresentados pela defesa de Naime. O comando-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) decidiu, em setembro, afastar o militar de suas funções e suspender o pagamento de gratificações em cumprimento a uma ordem do Supremo.
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