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Um presidiário de 34 anos foi morto na delegacia de Campina da Lagoa, no Centro-Oeste do Paraná, na segunda-feira (16). Dirceu do Nascimento de Lara tinha problemas mentais e há dois anos a família tentava transferi-lo para uma clínica ou ao menos que ficasse em uma cela separada. Segundo um dos irmãos da vítima, Ademir do Nascimento de Lara, a família não recebeu nenhuma informação sobre a morte do rapaz e o atestado de óbito deverá ficar pronto apenas na quinta-feira (19). Dirceu estava preso desde julho de 2007, cumpria pena por homicídio.

Lara disse que o corpo de Dirceu apresentava perfurações no peito, abdome e coração - que teriam sido feitos com uma faca ou uma chave de fenda -, além de hematomas em várias partes do corpo. "Enterramos meu irmão hoje (terça-feira) e não nos falaram nada. Queremos saber como aconteceu tudo", afirmou o irmão da vítima. "Pelo estado em que meu irmão ficou, ele apanhou de diversos presos", completou.

Há cerca de um mês o caso de Dirceu era acompanhado por advogados do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (Iddeha), que havia entrado como uma ação pedindo que fosse assegurada a integridade física e mental do preso e alertando que Dirceu corria risco de vida.

De acordo com o Iddeha, a resposta recebida da Justiça de Campina da Lagoa foi que já se tinha conhecimento sobre a situação do rapaz e que estava tomando providências para que ele fosse colocado em uma cela separada. Entretanto, o órgão não conseguiu informações se isso foi feito.

Maus-tratos

De acordo com Lara, Dirceu apanhou diversas vezes de outros presos, pois acaba se envolvendo em brigas por causa dos transtornos mentais que apresentava.

Além disso, Dirceu chegava a ficar algemado nas grades da cela, segundo a família. "Algumas vezes quando minha mãe foi visitá-lo, ele estava algemado à cela. Enquanto que os outros presos estavam soltos", disse Ademir do Nascimento de Lara.

Outro lado

A reportagem tentou contato com a Delegacia de Campina da Lagoa desde a manhã desta terça-feira (17), mas até o momento não obteve sucesso.

Já a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que foi aberto inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Dirceu. De acordo com a Sesp, um dos presos confessou o crime e agora será apurado se houve a participação de outros detentos. O órgão disse ainda que essas informações foram repassadas para a família de Dirceu.

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