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O ex-policial civil Carlos Eduardo Carneiro Garcia, conhecido como Carlinhos, foi preso ontem pela manhã em Curitiba. Ele estava foragido desde dezembro de 2005, quando teve a prisão decretada sob acusação corrupção e concussão (extorsão feita por funcionário público). Garcia e o policial civil foragido Ricardo Abilhoa são suspeitos de terem extorquido US$ 1 milhão do traficante mexicano Lúcio Rueda-Bustos, que está preso na delegacia da Polícia Federal, na capital.

Garcia estava escondido no apartamento de um de seus irmãos, na Rua Joaquim José Pedrosa, bairro do Cabral. De acordo com uma nota divulgada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), Garcia foi informado da chegada dos policiais ao prédio e teve tempo de sair do apartamento. Depois de uma busca, o ex-policial foi encontrado dentro de um banheiro no sótão do edifício.

Garcia ficou preso até o fim da tarde de ontem na Delegacia de Homícidios e, no momento em que foi retirado da cela para seguir até o Centro de Triagem de Piraquara, onde está preso, permaneceu em silêncio e não quis falar com a imprensa.

"Recebemos um mandado de busca para ser efetuado na casa de um familiar dele, no Cabral, e chegando ao local ele teve a prisão decretada", afirma o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Jaime Luz. Ele não passou outras informações sobre o inquérito, porque não é o delegado responsável pelo caso. O delegado Adonai Armstrong, designado pela Corregedoria da Polícia Civil para apurar o caso, estava em viagem.

Extorsão

Segundo a Sesp, Garcia e Abilhoa são acusados de extorquir dinheiro do traficante Lucio Rueda-Bustos, também conhecido como Mexicano, que teria sido preso no dia 18 de junho de 2004, no cemitério Água Verde, em Curitiba, durante um velório. Os dois policiais teriam enviado a identidade falsa de Rueda-Busto para a Interpol, que procurava o traficante, e ele foi liberado logo em seguida porque os policiais norte-americanos não reconheceram o nome. A Corregedoria da Polícia Civil apurou o caso e, em junho do ano passado, Garcia foi expulso dos quadros da instituição.

Rueda-Busto foi preso em 20 de julho, quando tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Curitiba. Ele usava o nome de Ernesto Plascência San Vicente.

Ainda de acordo com a nota divulgada pela Sesp, Garcia e Abilhoa também estariam envolvidos num caso de extorsão de dinheiro de uma universidade particular do Paraná. Os dois teriam usado um "laranja" para instaurar um inquérito policial contra a instituição.

Ricardo Abilhoa está foragido e com um mandado de prisão a ser cumprido. A Sesp informa que a polícia pode fazer novas prisões nos próximos dias. O advogado de Abilhoa e Garcia, Cláudio Dalledone Júnior, foi procurado pela reportagem, mas não respondeu as ligações.

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