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Foi preso na manhã desta sexta-feira (8) o padre Vitalino Rodrigues de Lima, acusado de abusar sexualmente de crianças na cidade de Fazenda Rio Grande, cidade da região metropolitana de Curitiba. A prisão preventiva foi decretada no final da tarde de quinta-feira (7).

A denúncia do Ministério Público aponta que Lima teria abusado de cinco crianças. Moradores do bairro Jardim Eucaliptos, local da paróquia e a residência do acusado, afirmam que o padre fez pelo menos 20 vítimas. A maioria teria receio de formalizar denúncias para não expor a vítima ou sofrer retaliações de aliados do padre.

O padre supostamente atacava meninos de 8 a 12 anos que moravam na região, de acordo com o MP. Os abusos aconteciam na casa do sacerdote ou na própria igreja, a Paróquia Nossa Senhora da Luz. Para atrair as vítimas, o padre oferecia doces e brinquedos.

Duas parentes de crianças vítimas do padre contam que os meninos passam por atendimento psicológico até hoje. "Meu filho é briguento, é nervoso, dá problema na escola", admite a mãe de uma das vítimas. "Acho que ele escolheu o meu filho porque achou que ninguém acreditaria nele". O garoto tinha 11 anos quando começou a sofrer os abusos. Recentemente, o pai do garoto morreu baleado, o que teria trazido consequências psicológicas ainda mais graves. O garoto repetiu de ano na escola duas vezes depois dos abusos.

A tia de outra vítima relata que o sobrinho era coroinha do padre - na época, com 9 anos. "Achávamos que o menino estaria protegido na igreja", disse. Segundo ela, o padre teria mantido relações com o menino embaixo do altar momentos antes de celebrar as missas.

Para evitar a exposição das crianças, o nome dos parentes foi omitido nesta reportagem.

Por conta própria

De acordo com o promotor Paulo Conforto, que relatou o caso à Justiça, as investigações foram iniciadas em 2007. O padre chegou a ser detido por um policial militar do serviço reservado quando estava acompanhado de duas crianças, mas a delegacia entendeu que não havia flagrante no caso ou qualquer outro motivo para prender Lima.

"O policial fez uma investigação por conta própria. Independente se é certo ou errado, a partir disso a polícia e o Ministério Público começaram a agir", diz o promotor. Dois anos depois, as investigações estão concluídas na avaliação de Conforto.

O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) prendeu o padre Lima nesta manhã. O acusado se entregou sem resistência, segundo a Polícia Civil.

Durante a tarde, ele foi levado ao Centro de Triagem II, em Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Lá permanece em uma cela separada dos demais presos, procedimento de praxe para acusados de pedofilia, crime que não é tolerado por companheiros de cela.

A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Lima ou com outros membros da Paróquia Nossa Senhora da Luz.

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