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Ataques em 2022

Preso sem denúncia, indígena paraense vai para prisão domiciliar por decisão do STF

Helielton dos Santos está preso desde setembro de 2023, por suposto envolvimento nos bloqueios de rodovias na eleições de 2022. (Foto: Reprodução/ Redes sociais)

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu prisão domiciliar ao indígena paraense Helielton dos Santos, acusado por “abolição violenta do Estado Democrático e tentativa de golpe de Estado”. Ele está preso desde setembro de 2023, sem denúncia formal apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo depois da conclusão do inquérito.

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Helielton teve a prisão preventiva decretada no dia 4 de janeiro de 2023. No inquérito, consta que ele é investigado pela prática de diversos crimes relacionados à sua suposta participação no bloqueio de rodovias depois do segundo turno das eleições de 2022.

Segundo as investigações, Helielton integrava o grupo liderado por José Acácio Serere Xavante — conhecido como Cacique Serere — preso após protestos e tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em dezembro de 2022.

Ao decretar a prisão domiciliar do indígena, Moraes destacou que “não mais se justifica a segregação cautelar, seja para a garantia da ordem pública, seja para conveniência da instrução criminal”. O ministro ainda acrescentou que não há risco de reiteração do crime nem de interferência nas provas.

De acordo com Moraes, existem precedentes do STF que reforçam a “compatibilização entre a liberdade de ir e vir e a Justiça Penal”, para justificar a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar com medidas cautelares.

Medidas cautelares  

Entre as medidas impostas ao indígena, Moraes exigiu o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, a proibição de utilizar redes sociais, a vedação de qualquer contato com outros envolvidos no processo, além da proibição de conceder entrevistas à imprensa. 

Também foram limitadas as visitas ao acusados, sendo restritas apenas para advogados devidamente constituídos e a parentes próximos, como pais e irmãos, sendo qualquer visita condicionada à autorização expressa do STF. 

O advogado de Helielton, Sebastião Coelho, criticou a detenção prolongada dada ao indígena. “Ele é do Pará, está a uma distância de quase 3 mil km da sua família, o que impede visita e contato com os seus familiares”, disse ao Oeste. 

De acordo com o desembargador aposentado, o indígena ainda chegou a apresentar indícios de depressão severa e tentativas de suicidio.  O alerta sobre o seu estado emocional foi apresentado à justiça no final do ano passado.

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