Após a morte do empresário Cleriston Pereira da Cunha, na última segunda-feira (20), dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, e pressão de deputados federais e senadores, cinco presos de 8 de janeiro receberam o alvará de soltura, por volta das 16h30 desta quarta-feira (22). “Estamos muito felizes!”, afirmou a advogada Mariana Amaral no momento em que soube da liberdade provisória para o paranaense Jaime Junkes, que fará 68 anos em janeiro.
“Nós tentamos de tudo!”, contou em entrevista à Gazeta do Povo. “Fizemos seis pedidos de revogação da prisão, pedimos na audiência de custódia e solicitamos avaliação da situação médica, algo que nunca foi feito”, relatou a advogada, ao citar que enviou o caso até para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA).
Segundo ela, Jaime sofre de miocardite, perdeu 27 quilos desde a prisão, no 8 de janeiro, e tem tido crises frequentes. “Ele está muito fraco e debilitado, chegou a ir três vezes ao hospital e passou mal durante uma conversa que tive recentemente com ele”, afirmou a advogada. Além disso, a defesa solicitou a realização de diversos exames e também as sessões de psicoterapia online pagas pela família. “Mas nenhum exame foi feito, e tivemos o pedido de atendimento psicológico negado”.
De acordo com a defesa, o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para liberdade provisória de Jaime está emitido desde o dia 25 de agosto, mas foi liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apenas nesta quarta-feira. Jaime é morador da cidade de Arapongas, no Paraná.
Além dele, também foram revogadas as prisões de Jairo de Oliveira Costa, Tiago dos Santos Ferreira, Vitorio Campos Da Silva e Wellington Luiz Firmino.
“Estou muito grata a Deus”, relatou a mãe de Tiago. Ela recebeu a notícia a respeito da liberdade do filho enquanto participava do ato na Praça dos Três Poderes pedindo justiça pela morte do empresário Cleriston.
“Era para esses alvarás terem saído antes, para que o Cleriston também pudesse estar antes com a família, mas mesmo assim, isso agora é uma bênção”, relata Ivanilde, que não vê o filho há quase 11 meses.
Para o advogado Bruno Azevedo de Souza, responsável pelo processo do empresário nordestino Cleriston, “a perda dele é lamentável”. No entanto, “esta dando início ao fim das injustiças”, afirmou.
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