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Terceira tentativa em menos de uma semana

Esta é a terceira vez que presos tentam fugir de uma delegacia na RMC em menos de uma semana. Na última quinta-feira (20) os policiais da especializada em Furtos e Roubos (DFR) conseguiram perceber a tempo que um túnel era cavado e reforçaram a segurança do local. Diferentemente do ocorrido na CIC, nenhum preso chegou a escapar da DFR.

Já em Quatro Barras, no último domingo (23), os cinco presos que restavam no local saíram por um buraco feito em uma tentativa anterior e que estava mal tampado. Nenhum foi recapturado.

Após cavar um túnel, 19 homens detidos na delegacia da CIC (11.º DP) fugiram por volta da 1 hora desta terça-feira (25). Assim que perceberam a ação, os policiais civis de plantão acionaram a Polícia Militar e a Guarda Municipal que fizeram buscas por toda a região. Três presos foram recapturados, mas os outros 16 continuam foragidos.

No momento da fuga havia 164 presos, a maioria de condenados, em um espaço com capacidade máxima para 40 homens, segundo informou Ivan José de Souza, superintendente do 11.º DP. Com a superlotação, as galerias da delegacia eram usadas para abrigar os presos, em um espaço improvisado. Os presos teriam arrombado a porta de uma dessas galerias, arrancado o vaso sanitário e então feito o buraco. O túnel, com aproximadamente três metros de comprimento, dava acesso à área externa da delegacia. "Como a terra era fofa porque estava úmida foi mais fácil e rápido para eles conseguirem alcançar o outro lado", diz o superintendente.

Ainda de acordo com ele, três policiais civis estavam de plantão quando escutaram um barulho e viram pelas imagens das câmeras do sistema de monitoramento que um dos detentos corria pelo pátio ao lado de uma clínica vizinha à delegacia. Os policiais militares da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) e da Guarda Municipal foram acionados, mas apenas três presos foram recapturados.

Segundo o delegado-chefe da Divisão de Investigações Criminais, Luiz Alberto Cartaxo, o cubículo onde está o túnel feito pelos presos foi isolado, mas a situação da carceragem continua preocupante. Segundo ele, a fuga é uma consequência da quantidade de presos na cadeia do distrito. "A superlotação inviabiliza o acesso diário à carceragem e as celas ficam dois ou três dias sem vistoria. Se os presos começam a construir um túnel, leva esse tempo para ser descoberto."

Transferência

A fuga no 11.º distrito acontece uma semana depois da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) anunciar o esvaziamento das carceragens das delegacias de Curitiba. O DP da CIC é um dos cinco que ainda estão recebendo presos, além das especializadas – Furtos e Roubos, Furtos e Roubos de Veículos, Homicídios, Vigilância e Capturas e Cope.

Ainda nesta terça-feira, 30 presos foram retirados da delegacia do CIC, mas, conforme explica Cartaxo, a transferência não é uma consequência da fuga realizada durante a madrugada. "Já estava programada e foi uma coincidência. Todos os dias acontecerão transferências, até que acabem todos os presos da capital", explica o delegado, um dos responsáveis pelas transferências realizadas diariamente desde a decisão do Comitê de Transferência de Presos (Cotransp), que se reúne semanalmente para decidir como ficará o sistema penitenciário do estado.

Após a fuga e a transferência, 117 presos permanecem detidos nas celas da Cidade Industrial. De acordo com o superintendente do distrito, outros seis homens foram presos apenas durante esta terça-feira. O Cotransp garante que haverá uma nova retirada de presos daquela carceragem, mas não informa a data e nem para onde os detentos serão levados por medida de segurança.Dados da Seju mostram que mais de 15 mil detentos do Paraná aguardam julgamento ou análise recursos atrás das grades. Só na Região Metropolitana de Curitiba, segundo Cartaxo, são 622 presos em delegacias.

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