Vinte e cinco presos de duas celas da delegacia de Palmas, no Sul do estado, se recusam desde a quinta-feira (9) a comer a refeição fornecida no distrito aos detentos. Eles reclamam do gosto ruim do alimento e alegam que a comida não tem boa qualidade.
Segundo o presidente do Conselho da Comunidade de Palmas, órgão que dá assistência à comunidade carcerária na região, Enídio Caetano Rodrigues, um preso escreveu uma carta, enviada a parentes, que falava da falta de qualidade dos alimentos. "Eles reclamam que a comida é ruim, sem tempero e com cheiro de conservante".
Comida estragada
O descontentamento com os alimentos fornecidos aos presos não é recente. Neste ano, por três vezes os detentos alegaram que o alimento teria chegado estragado ao presídio, o que motivou inspeções da Vigilância Sanitária nas embalagens em que os alimentos eram transportados e no conteúdo das marmitas. "Nesses três dias ficou constatado que a comida estava com problemas", diz Rodrigues.
Segundo o promotor do Ministério Público do Paraná (MPPR) em Palmas Fernando da Silva Mattos, a marmita estava com indícios de alimentação azeda. "Instauramos um procedimento preparatório para ver quais medidas serão tomadas", diz.
A promotoria do MPPR em Palmas, o Poder Judiciário, o Conselho da Comunidade de Palmas e a empresa Verde Mar Alimentação, empresa terceirizada pelo governo do estado para fornecer os alimentos aos presos, fizeram uma reunião no dia 1° de agosto. No encontro, ficou decidido que a empresa teria 15 dias para comprovar as melhorias na qualidade do alimento e que trocaria as embalagens em que o alimento é transportado. Caso os alimentos apresentem problemas novamente, a empresa poderá ser acionada judicialmente. O prazo para a definição das medidas tomadas pelo MPPR é de 90 dias após a reunião.
Ainda de acordo com o promotor, o novo caso da recusa dos presos que não querem receber o alimento fornecido na delegacia também será analisado. "Desde a reunião [do dia 1° de agosto] não houve reclamação, mas isso também vai ser verificado." O promotor disse que o MPPR vai averiguar se algum preso está passando fome e pedir informações sobre esta situação em um despacho que será acrescentado ao procedimento preparatório.
Procurada, a empresa informou à reportagem que a comida foi analisada por laboratórios que teriam constatado que o alimento está em boa qualidade e não há indícios de que esteja estragado. Mesmo assim, a empresa informa que trocou a embalagem por outra que mantenha a temperatura do alimento por mais tempo.
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