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Começa nesta terça-feira (6) o julgamento do primeiro acusado de participar de uma série de assassinatos que teriam sido cometidos por um grupo de praticantes de artes marciais em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, entre os anos de 1996 e 2000. André Fabiano de Brito, 33 anos, é acusado de participar da execução de um casal de idosos em 1996. Ele nega envolvimento no crime e também responde por outro homicídio.

A morte dos idosos teria desencadeado uma série de assassinatos, com o objetivo de encobrir o crime. O mandante seria Rui Francisco Borges, 40 anos, dono de uma academia em Campo Largo. Segundo o advogado de Brito, Giordano Sadday Vilarinho Reinert, Borges era considerado um mestre no ninjitsu, a arte marcial praticada pelos ninjas japoneses. Ele estaria planejando construir um castelo e um centro de treinamento na chácara que pertencia aos idosos assassinados, na localidade de Três Córregos, em Campo Largo. O casal foi morto por ter se recusado a negociar, e seus corpos foram incinerados.

"Na qualidade de mestre, o Rui tinha um grupo que cumpria as missões para ele. O André teve um desentendimento com ele e acabou escrevendo uma carta de 15 laudas para a mãe do Rui, que procurou o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Paraná)", afirma Reinert. De acordo com o advogado, Rui também mandou matar o próprio irmão, Nereu Antonio Martins Borges, e chegou a ameaçar de morte a própria mãe, Erondina Martins Borges.

Tatuagem

Reinert estima que pelo menos outras sete pessoas tenham sido mortas. "No processo também consta que o tatuador do grupo foi encontrado morto em seu estúdio de tatuagem. O grupo tinha tatuagens de um dragão dentro de um triângulo. Como ele começou a falar, também foi morto", diz o advogado.

André Fabiano de Brito também é acusado de matar um integrante do grupo identificado apenas como Félix, em Vacaria (RS) -- André alega que teria sido Félix o assassino do casal de Três Córregos. "O corpo foi encontrado em uma valeta, com o pescoço cortado até a metade, e foi enterrado como indigente", revela Reinert. "Com as declarações do Rui em 2008, o crime pôde ser elucidado."

Segundo Reinert, na academia foram encontrados armas de fogo, munição, espadas e armamentos utilizadas por ninjas, como a "estrela". A morte de Félix teria sido a última praticada pelo grupo.

Segundo a assessoria do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Rui era um professor de artes marciais que tinha forte liderança sobre seus alunos, que se autointitulavam "ninjas". A promotora Nayani Kelly Garcia estima que pelo outros quatro assassinatos tenham sido cometidos depois da morte do casal. Rui Francisco Borges e André Fabiano de Brito estão presos desde o ano passado.

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