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A prisão do "Rei do Desmanche", Paulo Gilberto Pacheco Mandelli, deve desencadear outras baixas no crime organizado do Paraná durante as próximas duas semanas. Segundo o delegado federal Fernando Francischini, coordenador da operação que levou o acusado à cadeia, anteontem, muitas informações repassadas informalmente pelo empresário dão pistas sobre o paradeiro de outros suspeitos. "Cada vez que conseguimos realizar uma prisão como essa surgem novos dados, que podem não gerar provas concretas, mas sempre ajudam", diz o policial.

Mandelli estava foragido há cinco anos e foi detido em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. No mesmo dia, o irmão dele, Valdoir Pacheco Mandelli, foi preso em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Valdoir já foi condenado a cerca de 11 anos de prisão, por desmanche de veículos, e cumpria pena em regime aberto.

As duas prisões fizeram parte da terceira etapa da Operação Tentáculos, que investiga o crime organizado no estado.

Na primeira, no começo do ano, cerca de 40 pessoas foram presas. Já a segunda provocou a prisão do ex-policial civil Samir Skandar, acusado de proteger os negócios ilegais de Paulo Mandelli na capital.

"Estamos numa operação permanente, que cresce à medida que vamos realizando as prisões", explica Francischini. Atualmente, um dos alvos prioritários da Polícia Federal é o advogado Peter Amaro, foragido da primeira etapa da Tentáculos. "Foi o único que conseguiu escapar", diz o delegado.

Depoimento

O coordenador da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), procurador Dartagnan Cadilhe Abilhôa, deve solicitar o depoimento de Paulo Mandelli nos próximos dias. O órgão do Ministério Público requereu os quatro mandados de prisão existentes contra o empresário. "Nunca tivemos a chance de escutá-lo antes", diz Abilhôa.

Durante entrevista à imprensa, anteontem, Paulo Mandelli disse que nunca procuraram ouvi-lo. "Nunca pude me defender por causa dos mandados de prisão. Na época da CPI (nacional do narcotráfico, em 2000), fui para Miami e não fui ouvido por ninguém", afirmou.

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