Cascavel A princípio, a obra de R$ 16,9 milhões e 250 empregos diretos só durante a fase de construção foi rejeitada pela população de Cascavel. Depois de muita articulação política e protestos da comunidade, a unidade da Penitenciária Federal do Paraná foi transferida para a cidade vizinha de Catanduvas, a 50 quilômetros de distância. Também houve protestos e mais negociação. Aos poucos, a obra que ninguém queria está conquistando os moradores. Principalmente os comerciantes, que também eram contra a instalação do presídio no município.
Catanduvas tem 11 mil habitantes e registrou apenas quatro homicídios em 2005. Mas o medo de perder o clima pacato de cidade do interior com possíveis rebeliões deu lugar ao otimismo. "Com os serviços em andamento, a resistência da população começa a diminuir", diz o prefeito Aldoir Bernart (PMDB).
Postos de combustíveis e restaurantes foram os primeiros a sentir os reflexos. O empresário Sebastião Nunes fornece marmita aos operários que trabalham no empreendimento. "A construção da penitenciária é a melhor coisa que aconteceu para cidade nos últimos anos", admite Nunes. De acordo com ele, o movimento no seu restaurante dobrou. O empresário quer ampliar ainda mais o negócio para atender os 400 funcionários que deverão ser contratados com a inauguração da penitenciária.
As chuvas atrasaram o cronograma da obra, que deveria ser entregue em dezembro deste ano. A nova previsão da construtora JL Empreendimentos é terminar o presídio em janeiro de 2006.
A unidade, de 12,7 mil metros quadrados, será administrada pelo governo federal e terá capacidade para 208 presos, mantidos em celas individuais e sob rígido esquema de segurança. Catanduvas é uma das cinco penitenciárias federais que devem ser entregues até o final de 2006. De acordo com o Ministério da Justiça, essas unidades serão destinadas a detentos considerados de altíssima periculosidade, com o objetivo de diminuir a tensão existente hoje no sistema prisional. O projeto prevê ainda áreas para oficinas, assistência médica, odontológica, jurídica, pedagógica, além de monitoramento eletrônico da segurança.
De acordo com o engenheiro civil Eduardo Pereira de Souza, responsável pela fiscalização do empreendimento, 70% das obras civis já foram executadas. Ele diz que o governo já prepara a licitação para equipar a penitenciária.
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