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Azambuja: juiz deve ser ouvido hoje, antes do fim do prazo de sua prisão | Divulgação
Azambuja: juiz deve ser ouvido hoje, antes do fim do prazo de sua prisão| Foto: Divulgação

Dívidas são investigadas pela polícia

Fontes ligadas à polícia e a Justiça, que preferiram não se identificar, contam que cheques sem fundos emitidos pelo juiz federal podem explicar o relacionamento dele com o crime organizado. "Ele deve muito na praça e isso explica tudo", disse uma das fontes.

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Confusão em prostíbulo de Umuarama

O uso da proteção cedida ao juiz federal Jail Benites de Azambuja, de Umuarama, depois do atentado que ele teria sofrido em fevereiro, está sendo investigado pela polícia. O irmão do juiz, Enos Azambuja, e o motorista, Adriano Roberto Vieira, são suspeitos de usar o carro blindado fornecido pela Polícia Federal para ir a uma casa de prostituição e entrado sem pagar ao se identificarem como policiais federais.

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Ação liga os dois juízes

A advogada Keila Adriana da Silva Canalli foi responsável pela defesa do juiz federal Jail Benites de Azambuja numa ação cível movida em 2005 contra a União Federal, que tramitou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. No processo, Azambuja solicitava restituição de valores que foram indevidamente recolhidos em seu Imposto de Renda, por conta de férias e licença prêmio.

Keila é esposa do juiz da 1ª Vara Federal de Umuarama, Luiz Carlos Canalli, que neste mês sofreu um atentado a tiros, executado por um funcionário do juiz Azambuja. A esposa de Canalli não quis comentar o assunto e nem dar declarações sobre a prisão de Azambuja.

No processo em que Keila defendeu Azambuja, a Justiça decidiu a favor do juiz. Depois de ganhar a ação, em março de 2006 Azambuja recebeu mais de R$ 13,8 mil de restituição.

Tatiana Duarte - colaboração de TC.

Curitiba e Umuarama - A prisão temporária do juiz federal da 2ª Vara de Umuarama, Jail Benites Azambuja, termina hoje, à meia-noite. Antes desse prazo, ele deve ser ouvido pela Justiça. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pode decidir pela renovação da prisão temporária por mais cinco dias ou liberá-lo. Até ontem, a defesa não havia entrado com pedido de habeas corpus, segundo o Superior Tribunal de Justiça. Azambuja está recolhido numa cela individual no Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (Cope), desde sábado, em Curitiba.

Azambuja é suspeito de ter forjado um atentado contra si mesmo, em 28 de fevereiro, em Umuarama, no noroeste do estado, onde atuava, e de estar envolvido com os tiros disparados contra a casa do também juiz federal em Umuarama Luiz Carlos Canalli, no dia 19 de setembro. O inquérito 078/2008, que corre sob segredo de justiça no TRF-4, teria apurado que os autores dos disparos contra o carro de Azambuja seriam policiais ligados a um grupo de contrabandistas. Há denúncias de que o magistrado estaria envolvido com esse grupo.

O jardineiro e motorista de Azambuja, Adriano Roberto Vieira, preso também no último sábado, confessou em depoimento à polícia que atirou contra a casa de Canalli, mas nega que tenha sido a mando de Azambuja. Vieira contou à polícia que resolveu tomar a iniciativa porque, alguns dias antes, tinha ouvido um comentário de Azambuja. "Se alguém desse uns tiros na casa do Canalli ia sair um pouco o foco de cima dele (Jail)", disse Vieira. A PF vai sugerir ao TRF-4 que compare os projéteis dos dois atentados.

Segundo autoridades da Polícia Federal, os atentados podem ser explicados por uma possível aproximação de Azambuja com o crime organizado. "Para decretar a prisão de um juiz federal, pode ter certeza, tem que ter bastante indícios", disse um policial. O falso atentado contra si mesmo seria uma forma de desviar atenção de sua atuação. Ao mesmo tempo, lhe daria subsídios para agir contra outro grupo de contrabandistas.

Logo depois do atentado, Azambuja decretou a prisão de 44 policiais e 3 políticos, que segundo ele teriam envolvimento com contrabando. De acordo com uma fonte da Polícia Federal, o juiz teria falsificado documentos para pedir a prisão deles, o que resultou na abertura de um novo inquérito, 080/2008, também do TRF-4, que apura o suposto abuso de poder. A Polícia Federal investiga até a possível falsificação de assinatura de uma escrivã. "O documento dizia que ela acompanhou os depoimentos, mas em juízo (ela) negou que estivesse presente", afirmou um policial federal ligado às investigações.

Em depoimento, um dos policiais presos, na época, delatou o suposto envolvimento de Azambuja com o crime organizado e falou que estaria sendo perseguido. Dias depois, o grupo começou a ser solto por falta de provas. De acordo com a Polícia Militar, todos os 35 policiais militares presos na operação respondem, ainda, a uma sindicância interna para averiguar a relação deles com o caso. O comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar em Umuarama, capitão Darany Luiz Alves de Oliveira, preso em 24 de abril, sob acusação de coagir testemunhas nos inquéritos que investigam o atentado contra Azambuja, também responde a processo administrativo.

O advogado de Azambuja, José Germano da Silva, de Porto Alegre, foi procurado pela reportagem para comentar o caso, mas não respondeu às ligações. De acordo com o TRF-4, Azambuja não foi removido de Umuarama. Depois do atentado, ele ficou afastado e, em seguida, entrou em férias. Agora, o juiz estaria em licença médica.

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