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O número de prisões por porte ilegal de armas caiu 17% em Curitiba e região metropolitana no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2004. Também a quantidade de apreensões de revólveres teve redução de 19,7% no mesmo período, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Para o secretário Luiz Fernando Delazari, a queda no total de prisões é reflexo da Campanha do Desarmamento, que paga R$ 100 para quem entregar armas espontaneamente. "Temos de considerar que muitos já entregaram suas armas, fazendo com que diminuísse a circulação ilegal", comenta.

O sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Grupo de Estudos sobre a Violência da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que hoje as armas ilegais estão nas mãos dos criminosos. "Os cidadãos de bem não veêm mais esse instrumento como um auxílio para sua segurança. Pelo contrário, eles descobriram, por meio dessa grande discussão e conscientização provocadas pela Campanha do Desarmamento, que andar armado significa um grande risco", argumenta.

Bodê defende que uma pessoa comum não está preparada para usar armas, correndo o risco de, ao portá-la, perder a cabeça e cometer um crime. "Cerca de 85% dos que reagem armados a assaltos são feridos ou mortos."

Tendência

O quadro apontado pelas estatísticas do primeiro semestre do ano mostra uma inversão da tendência observada em 2004. No ano passado, o número de apreensões de armas foi 60,7% superior ao total de 2003. O número de detidos também teve um acréscimo de 7%. "É preciso lembrar que 2004 foi o ano em que a Campanha do Desarmamento foi lançada pelo governo federal. A forte divulgação na mídia trouxe bons resultados", afirma Delazari. "Além de beneficiar o cidadão que entrega a arma, a lei beneficia também o policial que a apreende. Isso serviu de estímulo para o policial, fazendo com que se intensificassem operações", opina o secretário.

Para Delazari, o fato dos números terem diminuído em 2005 não pode ser associado a ações menos efetivas da polícia, mas sim à precaução tanto dos cidadãos, que estão mais conscientes, quanto dos bandidos, que estão mais precavidos.

Legislação

Antes do Estatuto do Desarmamento entrar em vigor, portar ou possuir arma de fogo era crime sujeito a pagamento de fiança. Hoje, configura crime inafiançável, com punições mais rigorosas. "Aconselho às pessoas que aproveitem a prorrogação da campanha para entregar suas armas, pois elas, em mãos erradas, servem apenas para aumentar os índices de criminalidade, fazendo vítimas e causando acidentes domésticos", diz Delazari.

No Paraná, a Campanha de Desarmamento começou em 2003. A ação passou a ser responsabilidade do governo federal, atingindo todo o país em julho de 2004. A expectativa inicia era recolher 80 mil armas em todo o país. A meta foi superada e a campanha foi prorrogada até 23 de outubro. Até lá, o governo estima arrecadar e destruir meio milhão de armas.

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