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BRASÍLIA - A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados realizará audiência pública amanhã para discutir a situação do saneamento básico no país. A reunião, prevista para as 14 horas, terá como objetivo definir ações para efetivamente levar água tratada, rede de esgoto e estação de tratamento para todos os brasileiros de todos os municípios do país. Dados do Ministério das Cidades indicam que apenas 43% da população brasileira têm acesso a redes de esgoto e apenas um terço do que é coletado é tratado.

Segundo o deputado Toninho Pinheiro (PP-MG), responsável por solicitar o debate, grande parte das nascentes, rios e lagos do país encontram-se poluídos atualmente e a situação tende a se agravar com a falta de investimentos que se efetivem em obras de saneamento básico.

"No Brasil, existem inúmeras regiões sem água tratada, regiões sem nenhuma água e uma grande maioria de esgoto a céu aberto, poluindo a vida humana. Precisamos, com urgência, de projetos e ações que possam garantir 100% de água e esgoto tratados", afirma o deputado.

Segundo Pinheiro, é necessário mobilizar o governo federal para o assunto. Em maio, em data a ser definida, a comissão deve receber a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para apresentar os programas e metas da pasta relacionados ao tema para este ano.

Descaso

De acordo com a organização não-governamental Instituto Trata Brasil, que estuda o problema e busca conscientizar a população e o governo sobre sua gravidade, 70% dos brasileiros sequer sabem o que é saneamento e associam o termo a qualquer outra coisa, como asfalto, luz e transportes.

Para o presidente-executivo do instituto, Édison Carlos, o país sofre hoje a herança de anos de descaso com o saneamento público. Segundo ele, a situação atual melhorou, mas o investimento de R$ 10 bilhões por ano em saneamento ainda não é suficiente, pois o dinheiro liberado muitas vezes não chega a se concretizar em obras.

"Passamos 20 anos sem ser prioridade neste país. O déficit que se criou faz com que seja muito difícil resolver esse problema a curto prazo. Preci­­saremos de pelos menos 60 anos", afirmou Carlos, definindo como "muito otimista" o Plano Na­­cional de Saneamento Básico, do governo federal, que prevê a universalização do serviço até 2030.

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