Problema em captação deixa 50 mil domicílios sem água em Ponta Grossa

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O sistema de captação de água do Rio Pitangui, que abastece 60% dos domicílios de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, está prejudicado desde o último sábado (2). A estrutura que sustenta uma tubulação com 12 metros de comprimento e 700 milímetros de diâmetro se rompeu em quatro pontos e impediu que a água fosse levada até a estação de tratamento do Jardim Carvalho.

Pontos comerciais, estabelecimentos de saúde, prédios públicos e residências são abastecidos apenas pelo sistema de captação da represa de Alagados, que fornece 40% da água consumida no município. Conforme a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), 50 mil clientes estão sem água. "Foi o maior problema de abastecimento que já tivemos", comentou o gerente da unidade regional da Sanepar, Leandro Ribas. Ele lembra que somente a captação da represa de Alagados não é suficiente para atender 100% das ligações de água do município. A chuva que persiste desde domingo, segundo ele, prejudica o conserto.

Durante todo o domingo e nesta segunda-feira (4), equipes tentam recompor a estrutura que segura a adutora. Como o Rio Pitangui subiu três metros acima do seu nível normal e o maquinário não consegue se firmar na margem do rio, o conserto é feito por meio de um guindaste que está estacionado sobre a ponte do rio, que fica localizado no acesso secundário de Ponta Grossa à rodovia PR-151. O acesso foi fechado nesta segunda-feira pela manhã pela Polícia Rodoviária Estadual. A orientação é para que os motoristas procurem outros acessos à rodovia, passando pelo centro do município.

Ribas disse que a companhia realizou nesta segunda a compra emergencial de uma peça que será acoplada à adutora. A peça foi confeccionada exclusivamente para a adutora de Ponta Grossa. Posteriormente, com condições climáticas melhores e mais tempo, segundo ele, será construída uma nova base. Embora o conserto esteja previsto para esta terça-feira (5), Ribas ainda não tem certeza de quando o abastecimento será normalizado.

Os bairros são abastecidos alternadamente e o centro está recebendo água normalmente devido à concentração de clínicas médicas e pontos comerciais. A Sanepar disponibilizou caminhões-pipas para os hospitais. A Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Bom Jesus, por exemplo, informaram que trabalham com reservatórios próprios e ainda não precisaram do abastecimento da Sanepar. Após o conserto, lembra Ribas, a retomada do serviço será gradativa. "É muito importante que as pessoas usem água racionalmente", solicita.

Aulas suspensas

A rede municipal de ensino, a rede estadual e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) suspenderam as aulas nesta segunda e terça (5). A secretária municipal de Educação, Zélia Marochi, lembra que as escolas precisam de água para os banheiros e as cozinhas. Nesta segunda, o dia foi de trabalho apenas para a equipe pedagógica e para os professores que preparam aulas.

Na UEPG, a suspensão foi ampliada para os campi de Castro, Jaguariaíva, São Mateus do Sul e Telêmaco Borba. As aulas voltarão ao normal após o conserto do sistema de captação da Sanepar.