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O tipo de trabalho mais copiado ou comprado na percepção dos professores que participaram da pesquisa de Pedro Luengo Garcia é o trabalho de conclusão de curso ou monografia, com mais de 500 menções (os entrevistados podiam marcar mais de uma opção). Na visão de Garcia, isso acontece porque se presta pouca atenção à possibilidade de plágio no nível da graduação.

Nos níveis de mestrado e doutorado o alerta é maior e os meios de infração mais complexos. Em novembro deste ano, um professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi condenado pelo plágio cometido há quase 10 anos. O coordenador do programa de pós-graduação em Ciências-Bioquímica da instituição, Miguel Daniel Noseda, apresentou como seu em um simpósio em 2001 a tese de mestrado de Gladis Majcak, da qual fora orientador em 1999.

A UFPR e Noseda foram condenados pela Justiça a pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais a Gladis. A UFPR foi in­­cluída como ré por ter extraviado o processo administrativo aberto com base na denúncia da ex-aluna.

Censura ética

Um caso de plágio na Univer­­sidade de São Paulo que veio à tona em 2007 se transformou numa verdadeira bola de neve. O diretor do Instituto de Física (IF), Alejandro Szanto de Toledo, e o vice-diretor da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), Nelson Carlin Filho, assinaram um artigo científico com vários trechos copiados do trabalho de outro físico da USP, Mahir Hussein. Mais de um ano de investigação interna terminou em uma moção de censura ética da reitoria contra os dois. A Comissão de Ética da instituição não considerou que houve intenção de plágio, mas falta de zelo na elaboração do artigo.

A investigação correu ao lado de uma crise interna no IF, em que o embate entre grupos políticos rivais foi inflamado pela denúncia, e custou a cabeça de Carin Filho, que saiu da Fuvest. Dias depois de encerrado o caso, a antes vítima do plágio se tornou alvo de uma sindicância da USP para apurar a cópia de trechos de estudos de físicos russos. Hussein atribui a responsabilidade aos outros autores do artigo em questão.

Em novembro de 2009, a própria reitora se tornou pivô de uma sindicância interna para averiguar o plágio do trabalho de um grupo de microbiologistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que fez a denúncia. Suely Vilela e mais dez pessoas teriam copiado imagens que mostram a ação de uma substância que controla a leishmaniose.

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