Brasília O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), admitiu ontem a existência de um movimento para que os três processos que tramitam contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), sejam votados em uma mesma sessão, até o dia 22 deste mês.
A solução aceleraria a sucessão de Renan, processo que interessa ao PMDB, uma vez que o cargo hoje está ocupado por um interino do PT, Tião Viana (AC). O presidente licenciado do Senado também se beneficiaria, segundo senadores aliados, porque uma eventual absolvição ocorreria às vésperas do recesso parlamentar, que começa nas festas de fim de ano e vai até início de fevereiro. Ou seja, com o Congresso parado a repercussão seria menor e o Senado não iria reverberar críticas da opinião pública.
Os processos contra ele só irão a plenário se um dos relatores recomendar sua cassação e a tese for aprovada pelo conselho.
Dos três processos em tramitação, o mais adiantado é o que trata da suposta compra de duas rádios e um jornal em Alagoas por meio de laranjas. O negócio teria sido feito por Renan em sociedade com o ex-deputado e usineiro João Lyra. O relator do caso, Jefferson Péres (PDT-AM), disse que tem como concluir o parecer até quarta-feira.
Relator que trata da investigação da suposta atuação de Renan em benefício da cervejaria Schincariol, o petista João Pedro (PT-AM) está à espera de informações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para concluir seu parecer, o que também deve ocorrer na próxima semana. "Os processos estão caminhando bem e em sua fase final", disse Quintanilha. Segundo ele, se o relator do caso da suposta coleta de propina em ministérios chefiados pelo PMDB, Almeida Lima (PMDB-SE), fechar seu parecer, será possível votar tudo ao mesmo tempo.
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