Movimento no posto de saúde do Prado Velho era pequeno nesta manhã de terça-feira (31)| Foto: Felipe Vanini/Especial para a Gazeta do Povo

Por causa do baixo nível de atendimento provocado pela greve nos postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os pacientes de Curitiba estão recorrendo aos hospitais de referência tanto da capital quanto da região metropolitana. Com isso, a procura no Hospital do Trabalhador e no Hospital do Rocio, por exemplo, aumentou em até 20%.

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“Veio muita gente para cá. Mas estamos conseguindo atender sem problemas esse contingente adicional porque temos uma estrutura grande”, afirmou Eduardo Wendler, diretor do Hospital do Rocio.

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O Hospital Evangélico, via assessoria de imprensa, informou que o atendimento no local também aumentou devido à greve e que a instituição havia sido orientada pela prefeitura de Curitiba a “dar atenção especial aos pacientes vindos das UPAs e dos postos de saúde”. No entanto, o hospital não tinha uma estimativa de quanto a demanda havia aumentado.

No Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana, não houve crescimento aparente da demanda, segundo informou a assessoria de imprensa do hospital, pois a unidade não efetua atendimentos de urgência e emergência, apenas consultas agendadas. A reportagem não conseguiu localizar ninguém do Hospital Cajuru, em Curitiba, que pudesse informar sobre um eventual aumento nos atendimentos.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) afirmou que mantém o contigente de 20% de atendimento exigido pela Justiça do Trabalho. Além disso, disse que os profissionais estão conversando com os pacientes sobre as condições de trabalho consideradas precárias, sobre a sobrecarga de serviço e sobre a falta de pagamento do reajuste que havia sido firmado com a prefeitura.

Protesto

Os servidores da saúde municipal realizam um protesto em frente à sede da prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico, na manhã desta terça-feira (31). A manifestação gerou interdições na Avenida Cândido de Abreu, na altura do prédio da administração municipal, gerando inclusive o desvio de linhas de ônibus que circulam pela região (Marechal Hermes, Ahú-Los Angeles, ligeirinho Inter 2 e Interbairros I). A estação-tubo “Assembleia” chegou a ser interditada.

Movimento

Pela manhã, o movimento estava tranquilo em quatro postos de saúde – Prado Velho, Vila Guaíra, Capanema e Ouvidor Pardinho, conforme apurou a Gazeta do Povo. A exceção foi na UPA Boa Vista, onde as atendentes afirmavam que a espera podia alcançar 4 horas. Quando conversou com a reportagem, o lavador de carros Luan Olivera, que bateu a cabeça, esperava para ser atendido no local havia uma hora. “Meu problema pode até piorar. A gente fala isso para eles [funcionários da UPA], mas eles só repetem que não podem fazer mais nada por causa da greve”, disse.

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Nas demais unidades de saúde, as recepcionistas garantiram que o atendimento mínimo estava sendo cumprido. E os poucos pacientes encontrados nesses locais estavam aguardando havia pouco tempo pelo atendimento.

De acordo com a prefeitura, nove das 109 unidades de saúde e duas das nove UPAs funcionavam com quadro menor que os 20% exigidos pela Justiça na manhã desta terça-feira (31). A adesão foi maior entre os auxiliares de enfermagem (60%), e dentistas (57%). Além disso, segundo a prefeitura, 46% dos enfermeiros aderiram à greve e 24% dos médicos.