Brasília (AE) A CPI dos Correios descobriu que o R$ 1,149 milhão injetado pelo "valerioduto" na conta do procurador da Fazenda Glênio Guedes, integrante do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, o chamado Conselhinho, veio do Banco Rural e do BMG.
Extratos bancários em poder da comissão revelam que o dinheiro saiu das agências dos bancos, passou por uma das empresas ligadas ao esquema e, logo depois, chegou à conta do procurador.
O pente-fino dos técnicos da CPI começa a jogar luz nas conexões do "valerioduto" com o governo federal e ajuda a derrubar a frágil versão de Glênio Guedes e do advogado Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza que fez as transferências.
De acordo com os dois, os pagamentos se referem a supostas consultorias tributárias prestadas pelo pai de Glênio, o advogado Ramon Guedes, ao sócio de Valério - mesma justificativa dada por Tolentino para os depósitos bancários.
Os parlamentares da CPI dos Correios acham que a descoberta da origem do dinheiro que abasteceu o procurador Glênio Guedes reforça as evidências de que os pagamentos destinaram-se a assegurar os interesses dos dois bancos no Conselhinho.
Instância estratégica do governo, o Conselhinho julga recursos de empresas e bancos que foram autuados pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"Estamos comprovando o tráfico de influência de Marcos Valério no governo", afirmou o sub-relator de Movimentação Financeira da CPI do Correios, o deputado tucano Gustavo Fruet (PR).
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